Seis munic�pios ainda respondem por 25% de toda riqueza gerada no pa�s. Participa��o das capitais cai para 33,7%, a menor fatia desde 1999.
A gera��o de riqueza no Brasil continua concentrada em poucas cidades. Por outro lado, a participa��o das capitais no Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu para o menor n�vel desde 1999, aponta uma pesquisa divulgada nesta ter�a-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
Segundo o estudo, em 2011, apenas 55 munic�pios � dos 5.565 existentes no pa�s � concentravam cerca de 50% do PIB brasileiro, sendo que seis deles respondiam, sozinhos, por aproximadamente 25% da economia nacional, concentrando 30,9% da popula��o. Em 2008, o n�mero de munic�pios respons�veis por metade do PIB brasileiro estava em 51. Em 2010, eram 54.
Seis capitais responderam juntas, em 2011, por 24,5% da gera��o de renda do pa�s: S�o Paulo (11,5%), Rio de Janeiro (5,1%), Bras�lia (4%), Curitiba (1,4%), Belo Horizonte (1,3%) e Manaus (1,2%). Em 2010, elas representavam 24,9% do PIB.
Esses seis munic�pios det�m 13,7% da popula��o brasileira e, segundo o IBGE, s�o tradicionalmente identificados como concentradores da atividade de servi�os, o que inclui intermedia��o financeira, com�rcio e administra��o p�blica.
Na outra ponta, 1.323 cidades detinham, em 2011, 1% do total do PIB nacional e concentravam 3,3% da popula��o.
Fatia das capitais recua
Em 2011, a participa��o relativa das capitais na composi��o do PIB foi a menor da s�rie hist�rica do IBGE, iniciada em 1999. O conjunto das 27 capitais respondeu, em 2011, por 33,7% da renda nacional, ante uma fatia de 34% em 2010. Em 1999, essa participa��o era de 38,7%.
Apenas duas capitais n�o ocupam o primeiro lugar em seus respectivos estados. Em Santa Catarina, o maior munic�pio em 2011 foi Joinville, o mais populoso do estado, seguido por Itaja� e Florian�polis. No Par�, Parauapebas desbancou Bel�m.
Na compara��o de cada capital com o PIB dos estados, Santa Catarina se destaca como o estado mais aut�nomo, tendo Florian�polis contribu�do, em 2011, com apenas 6,8% do PIB estadual, enquanto o Amazonas era o mais dependente, uma vez que Manaus colaborou com mais de 79% para o PIB do estado.
Destaques fora das capitais
Excluindo-se as capitais, 11 munic�pios tiveram destaque em 2011 por gerar, individualmente, mais de 0,5% do PIB nacional, agregando 8,7% da renda do pa�s. Foram eles: Guarulhos (SP), com 1%; Campinas (SP), 1%; Osasco (SP), 0,9%; Campos dos Goytacazes (RJ), 0,9%; S�o Bernardo do Campo (SP), 0,9%; Barueri (SP), 0,8%; Santos (SP), 0,8%; Betim (MG), 0,7%; Duque de Caxias (RJ) e S�o Jos� dos Campos (SP), 0,6% cada; e Jundia� (SP), 0,5%.
Considerando os 5.565 munic�pios do pa�s, o maior ganho de posi��o foi obtido por Bel�gua (MA), que saltou do 4.991� lugar para o 3849�, favorecida pelo aumento na produ��o do cultivo de mandioca. Tamb�m no Maranh�o, o munic�pio de Godofredo Viana pulou da 4.217� posi��o para a 3.089�, impulsionado pelo incremento na extra��o de ouro.
Entre as principais perdas de participa��o, Mon��es (SP) caiu da 1.448� para a 3.377�, devido � queda na atividade de com�rcio e servi�os de manuten��o e repara��o. Em seguida, aparece Garruchos (RS), onde ocorreu redu��o significativa do valor exportado de energia el�trica, resultando em queda da 1.501� para a 2.695� posi��o.
PI, PB e TO dominam faixa mais baixa
Na faixa das 1.323 cidades que respondem por 1% do PIB nacional, estavam em 2011, segundo o IBGE, 73,7% dos munic�pios do Piau�, 62,3% dos munic�pios da Para�ba, 54% dos munic�pios do Tocantins e 53,3% dos munic�pios do Rio Grande do Norte.
A maior concentra��o de renda � vista nos estados do Amap� e do Amazonas, onde os cinco maiores PIB municipais responderam em 2011, respectivamente, por 87,5% e 86,5% dos PIB estaduais.
Na maioria dos estados das regi�es Norte e Nordeste, os cinco maiores PIB municipais concentravam mais do que 50% do PIB estadual. As exce��es foram Tocantins e da Bahia, com 46,1% e 42,6%, respectivamente.
O Sudeste n�o apresentou um padr�o espec�fico. Os cinco maiores PIB municipais do Esp�rito Santo e do Rio de Janeiro concentravam 61,2% e 65%, respectivamente, do PIB de seus estados. Em S�o Paulo, a maior fatia foi de 47,1%.
Nas regi�es Sul e Centro-Oeste do pa�s, essa concentra��o n�o alcan�ava 50%, exceto em Mato Grosso do Sul, que apresentou concentra��o de 56,8%, e em Goi�s, com 50,7%.
No outro extremo, com as menores concentra��es, encontravam-se Minas Gerais (33,7%), Rio Grande do Sul (35,5%), Santa Catarina (38,5%) e Mato Grosso (38,9%).
Cidade do ES tem maior PIB per capita
Segundo o IBGE, a cidade de Presidente Kennedy (ES), com uma popula��o de apenas 10.373 habitantes, obteve em 2011 o maior PIB per capita (por habitante) do pa�s (R$ 387.136). Na sequ�ncia, aparecem Louveira (SP) e S�o Gon�alo do Rio Abaixo (MG).
Segundo o IBGE, os munic�pios com os maiores valores de PIB per capita tinham em comum a baixa densidade demogr�fica. Presidente Kennedy � um munic�pio produtor de petr�leo. J� Louveira (SP) concentra centros de distribui��o de grandes empresas, e S�o Gon�alo do Rio Abaixo (MG) tem como principal atividade a extra��o de min�rio de ferro.
PIB per capita por regi�o
Em 2011, o PIB brasileiro avan�ou 2,7%. Em valores correntes, o resultado alcan�ado foi de R$ 4,143 trilh�es. O PIB per capita, em 2011, ficou em R$ 21.535, valor superior � mediana (valor que apareceu com mais frequ�ncia em 2011) do Brasil, que era de R$ 10.902,94, indicando uma assimetria na distribui��o de renda.
A Regi�o Sul obteve a maior mediana da renda, superior a uma vez e meia � mediana da renda nacional. A Regi�o Nordeste concentrou os menores �ndices. L�, 25% dos munic�pios possu�am PIB per capita superior a R$ 6.297,10 � valor menor que o m�nimo encontrado no Sul.
Nos 556 munic�pios mais pobres do pa�s, o PIB em 2011 foi inferior a R$ 4.519. Entre essas cidades, estavam 52,2% dos munic�pios do Piau�, 48,8% do Maranh�o, 48,3% do Par�, 38,2% de Alagoas e 31,9% da Bahia.
Destaques na ind�stria e agricultura
O pre�o do barril de petr�leo levou Campos de Goytacazes (RJ) a ultrapassar a cidade do Rio de Janeiro na participa��o do valor adicionado bruto da ind�stria em 2011, com uma fatia de 2,9%. O Rio, que estava na segunda coloca��o em 2010, caiu para a terceira, com 2,4%. S�o Paulo permanece como o principal polo industrial brasileiro, com participa��o relativa de 7,9% no valor adicionado bruto da ind�stria no PIB nacional.
Na agropecu�ria, a cidade de S�o Desid�rio (BA) passou do terceiro para o primeiro lugar na participa��o do valor adicionado bruto (fatia de 0,4% do setor). O munic�pio foi o maior produtor de algod�o herb�ceo do pa�s em 2011, respons�vel por 14% da fabrica��o nacional.
Em segundo lugar, ficou Sorriso (MT), o maior produtor nacional de soja e o segundo maior de milho do pa�s, seguido por Rio Verde (GO), que tem v�rios destaques ligados a agroind�strias do ramo aliment�cio, al�m de planta��es de soja, milho e sorgo (milho-zaburro), e cria��es de aves, su�nos e bovinos.
No setor de servi�os, tr�s capitais concentraram em 2011 24,7% do valor adicionado bruto do setor: S�o Paulo (13,1%), Rio de Janeiro (5,9%) e Bras�lia (5,7%).
Por G1