Esperan�a de vida ao nascer no Brasil subiu para 74,6 anos em 2012, elevando desconto do fator previdenci�rio sobre benef�cios
Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, haver� uma redu��o m�dia de 1,67% do valor do benef�cio do trabalhador que se aposentar por tempo de contribui��o no Brasil.
De acordo com os dados da t�bua de mortalidade projetada para o ano de 2012, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a expectativa de vida ao nascer passou de 74,1 anos, em 2011, para 74,6 anos, com acr�scimo de 5 meses e 12 dias.
A diminui��o se deve ao fator previdenci�rio, mecanismo utilizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para tentar adiar a aposentadoria dos trabalhadores mais jovens, penalizando quem se aposenta mais cedo, j� que esse segurado, teoricamente, vai receber o benef�cio por mais tempo.
O c�lculo leva em conta a idade ao se aposentar, o tempo de contribui��o para a Previd�ncia Social e a expectativa de sobrevida, ou seja, quanto tempo o trabalhador deve viver a mais considerando a idade que tem agora. A nova tabela do fator previdenci�rio vale at� 30 de novembro de 2014.
Newton Conde, atu�rio especializado em previd�ncia, diretor da Conde Consultoria e professor da USP, estima que, no per�odo de idade em que se concedem aposentadorias, dos 40 aos 80 anos, a expectativa de vida dos segurados aumentou, em m�dia, 144 dias entre 2011 e 2012, que corresponde a uma perda m�dia de 1,67%.
Para manter o mesmo benef�cio que conseguiria ao fazer o pedido em novembro, a solicita��o deve ser adiada de dezembro para abril de 2014.
CASOS
Uma mulher com 55 anos de idade e 30 anos de contribui��o, com sal�rio teto do INSS de R$ 4.159,00, que entrasse com pedido de aposentadoria at� sexta-feira passada, dia 29 de novembro, receberia R$ 2.495,40 pela tabela anterior, que levava em considera��o a esperan�a de vida calculada em 2011.
Se essa mesma mulher entrasse com pedido de aposentadoria ontem, quando j� valia a nova tabela, que considera os resultados das T�buas de Mortalidade 2012, ela receberia R$ 2 287,45, R$ 208,00 a menos.
�Como n�o poderia deixar de ser, o fator previdenci�rio, fortemente influenciado pela expectativa de vida publicada pelo IBGE, continua sendo drasticamente prejudicial para a mulher�, afirmou do advogado S�rgio Henrique Salvador, especialista em Direito Previdenci�rio e IBEP.
No caso de um homem com 60 anos de idade e 35 anos de contribui��o, com sal�rio teto do INSS (R$ 4.159,00), o benef�cio seria de R$ 3.618,33 para pedidos de aposentadoria at� a sexta-feira passada. A partir desta segunda-feira, resultaria num benef�cio mensal de R$ 3.535,15, uma diferen�a de R$ 83,18.
Mesmo diante da situa��o, boa parte dos brasileiros, com o aumento da expectativa de vida, quer continuar na ativa por mais tempo. A artista pl�stica Regina Lucena, de 60 anos, por exemplo, malha tr�s vezes por semana, trabalha, cuida dos filhos e vislumbra uma longa vida profissional al�m dos 80 anos. �Antes aos 50 anos as mulheres usavam bengala. Hoje, bengala s� depois dos 90 anos�, diz.
Mortalidade infantil cai no Pa�s
A taxa de mortalidade infantil em 2012 foi de 15,7 �bitos de menores de um ano para cada mil nascidos vivos. Em 2011, essa taxa foi de 16,4, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), que divulgou ontem as T�buas Completas da Mortalidade para o Brasil 2012.
Apesar da melhora, o resultado brasileiro ainda est� longe do verificado em pa�ses desenvolvidos, onde as taxas de mortalidade infantil situam-se em torno de cinco �bitos de menores de um ano para cada mil nascidos vivos.
Em 2012, a esperan�a de vida ao nascer foi de 74,6 anos, mas, se essa crian�a sobrevivesse aos riscos de morte dos primeiros meses e atingisse o primeiro ano de vida, a expectativa de vida aumentaria: passaria a 74,8 anos para 75,8 anos.
A partir de um ano de vida, a tend�ncia da s�rie volta a ser decrescente: conforme aumenta a idade diminui a expectativa de vida. No entanto, em 2012, houve aumento na expectativa de vida dos brasileiros em todas as idades, beneficiadas com a diminui��o da mortalidade.
Por O Popular