Este � o oitavo aumento seguido da Selic para conter a infla��o

Atento ao baixo n�vel de crescimento do pa�s, o Banco Central (BC) diminuiu o ritmo de alta dos juros. O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa b�sica (Selic) em 0,25 ponto percentual, a metade da dose usada nas �ltimas seis eleva��es. Com isso, os juros passaram de 10,5% para 10,75% ao ano: o mesmo patamar de quando a presidente Dilma Rousseff assumiu o mandato, no in�cio de 2011. Esta foi a oitava alta seguida para conter a infla��o. Especialistas destacam que a decis�o cautelosa ocorre na v�spera da divulga��o do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013, que o IBGE divulga nesta quinta-feira.
O Copom praticamente repetiu o comunicado da reuni�o anterior. �Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa b�sica de juros, iniciado na reuni�o de abril de 2013, o Copom decidiu por unanimidade elevar a Taxa Selic em 0,25 ponto percentual para 10,75% ao ano sem vi�s�, diz a nota. Apenas retirou a express�o �neste momento�. Para especialistas, se fosse mantida, a express�o poderia indicar o fim da alta de juros. Assim, o BC deixou a porta aberta para mais aumentos, se julgar necess�rio.
� Isso indica que o pr�ximo passo seria uma alta de 0,25 ponto percentual. Ele (o BC) n�o est� comprometido com o 0,25 ponto percentual, mas evitou indicar que vai parar� avaliou o economista-chefe do Santander, Mauricio Molan.
Com a decis�o, o Brasil consolida sua posi��o no topo do ranking de juros reais, com taxa de 4,48%, segundo levantamento do economista Jason Vieira, do portal Moneyou. O pa�s fica � frente de China, segunda colocada, com juro real de 3,41%; da Turquia (3,09%) e da �ndia (2,86%).
Outros fatores pesaram na decis�o do BC. H� incertezas sobre o crescimento das economias desenvolvidas, o d�lar deu uma tr�gua nos �ltimos dias e as cr�ticas � equipe econ�mica diminu�ram ap�s o an�ncio do corte de R$ 44 bilh�es no Or�amento e compromisso com meta equivalente a 1,9% do PIB. Diante desse cen�rio, os diretores do BC tomaram a decis�o esperada pela maioria dos economistas do mercado financeiro.
�Caminho pedregoso�
Por mais que os dados pressionassem o BC para pisar no freio da alta dos juros, outros n�meros apontam na dire��o oposta. As previs�es para a infla��o n�o param de subir. A estimativa do mercado financeiro � que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2014 em 6%. A infla��o oficial est� em 5,59% em 12 meses. A meta � de 4,5% ao ano, com margem de toler�ncia de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Para 2015, a estimativa � de 5,7%.
� Quando o caminho � pedregoso, � melhor fazer a trilha com mais calma � ponderou o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luiz Ot�vio Leal, que apostava numa alta de 0,25 ponto percentual, mas considera que o BC teria motivos para aumentar os juros mais um pouco para dar um choque de credibilidade e ajustar as expectativas do mercado.
Para o economista-chefe da corretora Gradual, Andr� Perfeito, se o BC tivesse elevado a taxa b�sica em 0,5 ponto percentual, reduziria os juros futuros de longo prazo, com um sinal de que estaria disposto a combater a infla��o de forma mais agressiva:
� Seria uma forma barata de resgatar a credibilidade do Banco Central, que est� em baixa.
Desde abril do ano passado, o BC come�ou a aumentar a taxa b�sica de juros para domar a infla��o. Na �poca, a Selic estava em 7,25% ao ano: o menor patamar da hist�ria. De l� para c�, a infla��o oscilou e o crescimento � que poderia aumentar a oferta de produtos e ajudar a combater a alta de pre�os � n�o deslanchou. Analistas esperam um crescimento do PIB de 2,2% em 2013.
A Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) considerou positiva a redu��o no ritmo de alta da Selic. Segundo a entidade, a infla��o ainda preocupa, mas os efeitos das �ltimas altas da taxa sobre os pre�os ainda est�o por vir. A entidade ressalta que para um controle inflacion�rio eficiente, devem ser usados instrumentos como a redu��o do d�ficit fiscal.
Para a Federa��o das Ind�strias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), num cen�rio de baixo crescimento e expectativas de infla��o em alta, a pol�tica fiscal expansionista do governo exige pol�tica monet�ria que imp�e custos elevados ao pa�s �em termos de investimentos, produ��o e gera��o de empregos�. Por isso, segundo a entidade �foi acertada a decis�o de reduzir o ritmo de alta dos juros�
Por O Globo