Para 2013, estimativa do BC para o IPCA subiu e ficou pr�xima de 6%. J� para o ano de 2014, previs�es da institui��o est�o entre 5,1% e 5,3%.
O Banco Central elevou nesta quinta-feira (28) sua estimativa para o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza o sistema de metas de infla��o do governo brasileiro, para os anos de 2013 e 2014.
Com a revis�o dos n�meros, a expectativa de infla��o da autoridade monet�ria, que estava pouco abaixo de 5%, superou, pela primeira vez, essa barreira para este ano e para o pr�ximo � algo que o mercado financeiro j� prev� desde mar�o do ano passado, ou seja, h� um ano.
Em 2011 e 2012, o IPCA somou 6,50% e 5,84%, respectivamente. Com isso, a autoridade monet�ria admitiu, por meio do relat�rio de infla��o do primeiro trimestre deste ano, documento divulgado nesta quinta, que o IPCA n�o deve ficar abaixo de 5% em nenhum ano do mandato da presidente Dilma Rousseff, que termina em 2014.
Previs�es do Banco Central e do mercado
Para 2013, a previs�o oficial do Banco Central para o IPCA, que at� dezembro do ano passado estava pouco abaixo dos 5%, passou para 5,7% (no cen�rio de refer�ncia, que considera juro e c�mbio est�veis) e para 5,8% no cen�rio de mercado (que contempla as previs�es dos analistas dos bancos para a taxa b�sica de juro da economia e para o valor do d�lar).
J� para 2014, a estimativa do BC, que tamb�m estava pouco abaixo dos 5% em ambos os cen�rios, passou para 5,3% no cen�rio de refer�ncia e para 5,1% no cen�rio de mercado.
A expectativa de infla��o da autoridade monet�ria est� alinhada com o que pensa o mercado financeiro para este ano, visto que os analistas dos bancos estimam um IPCA de 5,71% para 2013. Entretanto, para o ano que vem, a previs�o do mercado ainda � mais alta que a da autoridade monet�ria (5,6%).
Declara��es da presidente Dilma
Nesta quarta-feira (27), na �frica do Sul, a presidente Dilma Rousseff afirmou que n�o apoia pol�ticas de controle inflacion�rio que sacrifiquem o crescimento. "Eu n�o concordo com pol�ticas de combate � infla��o que olhem a quest�o da redu��o do crescimento econ�mico, at� porque n�s temos uma contraprova dada pela realidade. N�s tivemos um baixo crescimento no ano passado e houve um aumento da infla��o porque teve um choque de oferta devido � crise", declarou ela na ocasi�o. Depois, no mesmo dia, a presidente informou que houve "manipula��o" de sua fala, e que o combate � infla��o � um "valor em si mesmo e permanente" de seu governo.
Sistema de metas
Pelo cen�rio tra�ado tanto pelo Banco Central quanto pelos analistas do mercado financeiro, o IPCA ficar� novamente acima da meta central de infla��o em 2013 e em 2014.
Para 2013 e 2014, a meta central de infla��o � de 4,5%, com um intervalo de toler�ncia de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC deve, teoricamente, calibrar os juros para atingir as metas centrais de infla��o pr�-estabelecidas, tendo por base o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os dados mostram que o BC manteve a taxa b�sica de juros inalterada na m�nima hist�rica, em 7,25% ao ano, atual patamar, desde outubro do ano passado, mesmo com a deteriora��o do cen�rio de infla��o registrado no primeiro trimestre deste ano � explicitado no relat�rio de infla��o divulgado ap�s a reuni�o.
A expectativa do mercado � que os juros b�sicos comecem a subir em maio pr�ximo, terminando 2013 em 8,5% ao ano. Deste modo, os analistas dos bancos preveem uma alta de 1,25 ponto percentual na taxa de juro no decorrer deste ano.
Infla��o acima da meta oficial
De acordo com n�meros oficiais, a infla��o ficou bem acima da meta central do governo em 10 dos 14 anos de exist�ncia das metas. E, segundo as novas previs�es do BC para o IPCA, assim deve permanecer em 2013 e 2014.
De acordo com levantamento na base de dados do governo federal, a infla��o ficou abaixo da meta central somente em quatro anos (2000, 2006, 2007 e 2009). Nesses anos, respectivamente, o IPCA somou 5,97% (para uma meta central de 6%), 3,14%, 4,46% e 4,31%. Em 2006, 2007 e 2009, a meta central estabelecida pelo governo foi de 4,5%.
Ao mesmo tempo, entre 1999 e 2012 (considerando todos os anos), a infla��o m�dia do pa�s, pelo IPCA somou 6,69%, enquanto que a meta central "m�dia" foi de 4,60%. Ou seja, o IPCA ficou cerca de 45% acima da meta central desde a in�cio do sistema de metas.
Por governos
Considerando as previs�es oficiais do Banco Central para a infla��o em 2013 e 2014, a infla��o m�dia do mandato da presidente Dilma Rousseff ficar� em 5,%.
Desde o controle da hiperinfla��o, em 1994, com o in�cio do plano Real, do ent�o ministro da Fazenda e depois presidente da Rep�blica Fernando Henrique Cardoso, esta ser� a segunda menor infla��o m�dia por mandatos presidenciais. Entretanto, tamb�m ser� a primeira vez que o IPCA ter� acelera��o.
Entre 1995 e 1998, no primeiro mandato de FHC, a infla��o m�dia, medida pelo IPCA, somou 9,71%. Em 1995, o IPCA somou 22,41% e no �ltimo ano do governo, em 1998, totalizou 1,65%. No segundo mandato de Fernando Henrique, entre 1999 e 2002, j� com o sistema de metas de infla��o em vig�ncia, o IPCA m�dio somou 8,77%. Em 1999, o IPCA foi de 8,94% e, em 2002, de 12,53%.
Na primeira gest�o do presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que foi de 2003 a 2006, a infla��o m�dia, ainda segundo dados oficiais, somou 6,43%. Em 2003, o IPCA foi de 9,3%, e, em 2006, somou 3,14%. J� no segundo mandato do presidente Lula, o IPCA m�dio recuou para 5,14%, sendo de 4,46% em 2007 e de 5,91% em 2010.
Considerando as estimativas do Banco Central para o IPCA de 2013 e 2014, no chamado cen�rio de refer�ncia, a infla��o m�dia, no mandato da presidente Dilma Rousseff, ser� de 5,78%. Em 2011, o IPCA ficou no limite do sistema de metas, somando 6,5%, e em 2012 recuou um pouco, para 5,84%.
Por Alexandro Mrtello - G1