Brasileiro está mais receoso em mudar de emprego, diz recrutador

O �ndice desemprego nas seis maiores regi�es metropolitanas do pa�s subiu de 5,9% em junho de 2012 para 6% no mesmo m�s deste ano, de acordo com dados divulgados pelo IBGE na semana passada.

A alta, que indica que o mercado de trabalho est� perdendo f�lego, faz com que os brasileiros j� fiquem mais receosos em mudar de emprego, afirma o brit�nico Nick Cox,55, diretor da empresa de recrutamento Hays. A companhia � especialista na contrata��o de profissionais para cargos de ger�ncia.


Folha - O senhor j� nota um ritmo menor de contrata��es no Brasil?
Nick Cox - Vemos alguma queda nos setores de constru��o, log�stica e "supply chain" (cadeia de suprimentos). N�o � que eles pararam totalmente de contratar, mas o processo acontece de modo mais vagaroso. H� mais etapas, mais barreiras, porque a empresa quer se certificar de que aquele profissional � a pessoa absolutamente certa para a fun��o. Outra coisa que acontece nessas situa��es � os candidatos ficarem mais receosos em aceitar trocar de emprego.

Isso � percept�vel por aqui?
O receito est� definitivamente mais evidente agora do que nos anos de "boom" que vimos nos �ltimos cinco, dez anos. Nesse momento de maior incerteza, os profissionais ficam mais conscientes e n�o mudam de empresa por qualquer aumento de sal�rio. Eles precisam de algo mais tang�vel: podem ser novas oportunidades, treinamentos, possibilidades de promo��o ou mudan�as de localiza��o.

Que dica voc� daria a algu�m que recebeu uma proposta de trabalho nesse ambiente?
Voc� precisa ir al�m do �bvio, olhar fatores no emprego que o melhorem como indiv�duo. Verifique se voc� vai aprender novas habilidades, se vai ser promovido, se talvez possa mudar para um lugar mais interessante -algo que v� beneficiar voc� a sua carreira, em vez apenas do benef�cio imediato do aumento de sal�rio. Mudar por mudar n�o � a coisa certa a se fazer no momento.

Em quais setores e para quais cargos essas tend�ncias s�o mais evidentes?
Diante da economia do pa�s e o clima de inseguran�a, acredito que dificilmente existir� um grande volume de posi��es executivas e os processos dever�o tornar-se ainda mais criteriosos. Nota-se inseguran�a principalmente no n�vel executivo, onde as movimenta��es s�o mais estrat�gicas. O cen�rio � mais problem�tico em segmentos da ind�stria, como o automotivo.

Por Felipe Maia - Folha de S.Paulo