Com nome inclu�do, bom pagador ter� chances de negociar juro mais baixo. Inclus�o pode ser feita em banco ou servi�o de prote��o ao cr�dito.
O cadastro positivo de bons pagadores come�a a valer nesta quinta-feira (1�). A partir de agora, quem paga as contas em dia poder� pedir sua inclus�o em um banco de dados que ficar� dispon�vel para consulta do mercado. Com o nome inclu�do, o consumidor ter� mais chances de negociar menores taxas e prazos mais longos quando for pedir empr�stimo em uma institui��o financeira ou fazer o financiamento de um bem, segundo especialistas consultados pelo G1.
Como a inclus�o dos nomes no cadastro positivo � opcional, aqueles que quiserem ingressar devem fazer um pedido formal � institui��o financeira com a qual tem liga��o ou nos servi�os de prote��o ao cr�dito. Ser� poss�vel solicitar a retirada do nome do cadastro a qualquer momento.
�Os consumidores que pagam bem ter�o uma reputa��o de cr�dito positiva. A expectativa � que as empresas, reconhecendo isso, atraiam esses consumidores, ofertando melhores condi��es � o que antes n�o tinham chance de fazer�, disse o presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro. Segundo pesquisa da Serasa, o cadastro positivo poder� incluir perto de 26 milh�es de pessoas que hoje n�o acessam o cr�dito do mercado cr�dito porque nao t�m como comprovar renda ou porque s� compram � vista.
O cadastro funcionar� da seguinte forma: quando uma pessoa quiser buscar cr�dito em uma institui��o financeira, poder� autoriz�-la a acessar seus dados nesse cadastro positivo. Considerado "bom pagador", o consumidor prova que tem as contas em dia e, deste modo, barganha melhores condi��es.
As empresas ter�o chance de emprestar com mais seguran�a, na avalia��o do presidente da Serasa. �As empresas v�o perder menos, evitando que o pr�prio consumidor d� um passo maior do que a perna. As rela��es de consumo ser�o mais saud�veis e mais sustent�veis. O que se quer � mais transpar�ncia nessas rela��es [libera��o de cr�dito], com bases objetivas, n�o subjetivas.�
Para Leonardo Soares, diretor-executivo de produtos da Boa Vista Servi�os, administradora do SCPC (Servi�o Central de Prote��o ao Cr�dito), os efeitos pr�ticos n�o ser�o imediatos, mas poder�o ser percept�veis por volta de tr�s anos.
Loureiro explica que os servi�os de prote��o ao cr�dito fazem uma varredura de todos os locais onde o consumidor tem compras financiadas, cr�dito contratado e repassa essas informa��es ao cadastro.
"Na verdade, n�o se trata propriamente de um cadastro, mas mais um relat�rio do comportamento do consumidor no mercado. Se ele deixou de pagar duas presta��es de um empr�stimo durante um ano, por exemplo, mas quitou depois, n�o deixar� de ser visto como bom pagador�, disse Loureiro.
Na avalia��o do SPC Brasil, outra consequ�ncia direta do cadastro positivo e da avalia��o personalizada do modelo de concess�o de cr�dito ser� a redu��o significativa dos �ndices de inadimpl�ncia e de superendividamento.
�N�o h� desvantagens previstas para o consumidor. � poss�vel que o cadastro positivo gere maiores custos financeiros, juros maiores aos maus pagadores. Mas a expectativa n�o � essa, � que haja redu��es aos bons pagadores e n�o aumento aos maus�, disse Fernando Segato, da Crowe Horwath, Macro Auditoria e Consultoria.
�As experi�ncias internacionais que podemos nos referir, de pa�ses como Chile, M�xico, Estados Unidos, foram muito positivas, levando ao incentivo de acesso ao cr�dito, melhoria no controle financeiro pessoal, etc. Dessa forma n�o h� porque crer que no Brasil a experi�ncia n�o seja similar e traga bons benef�cios para o mercado de cr�dito e aos consumidores�, afirmou Segato.
O cadastro positivo foi aprovado pelo Senado Federal em dezembro de 2010, e sancionado com vetos pela presidente da Rep�blica, Dilma Rousseff, em junho do ano passado.
Por Anay Cury - G1