
Trabalhadores norte-americanos lutam pelo direito de sindicaliza��o. Dirigentes brasileiros assinam carta de solidariedade e exigem o fim das pr�ticas antissindicais da Nissan de Canton, Mississipi.
Dirigentes da For�a Sindical, Confedera��o Nacional dos Trabalhadores Metal�rgicos (CNTM/For�a Sindical), CUT, Confedera��o Nacional dos Metal�rgicos (CNM/CUT) e Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT) assinaram uma carta exigindo que a montadora japonesa Nissan respeite os acordos internacionais que garantem a liberdade de organiza��o sindical. A carta ser� endere�ada ao presidente da Nissan, Carlos Ghosn.
A Nissan est� impedindo, com amea�a de demiss�es, os trabalhadores da f�brica localizada na cidade de Canton, no estado norte-americano do Mississippi, de se organizarem e lutarem por seus direitos. Os sal�rios na Nissan norte-americana s�o muito baixos, metade dos trabalhadores tem contrato tempor�rio (a f�brica tem cerca de 4 mil funcion�rios), s�o ruins as condi��es de trabalho e o sindicato United Auto Workers (UAW) � proibido de representar a categoria.
O documento unit�rio foi assinado em S�o Paulo, na sede da UGT, nesta ter�a-feira, 12 de mar�o, com presen�a do secret�rio-geral da For�a Sindical Jo�o Carlos Gon�alves, o Juruna, representando a central e o presidente da CNTM Miguel Torres. Tamb�m presentes: Ricardo Patah (presidente da UGT), Vagner Freitas (presidente da CUT) e Jo�o Cayres (Secret�rio-geral da CNM/CUT).
�� fundamental, no sistema produtivo globalizado, termos tamb�m uma a��o sindical de solidariedade mais abrangente entre a classe trabalhadora mundial. Com isto teremos mais for�a nas a��es sindicais unit�rias contra a explora��o, pela amplia��o dos direitos dos trabalhadores e na conquista de melhores sal�rios e trabalho decente em todo o mundo�, diz Juruna.
�Apesar de o presidente Obama ser pr�ximo dos sindicatos, a legisla��o sindical nos EUA � atrasada. Para ter um sindicato, tem de haver vota��o na f�brica. O patr�o diz n�o, o oper�rio diz sim, e o patr�o faz campanha contra o sindicato�, explicou o secret�rio-geral da For�a Sindical.
�Este � um ato hist�rico. O movimento sindical brasileiro sempre foi muito criticado por n�o ter uma operacionaliza��o importante no ponto de vista geral no nosso Pa�s, pois diversos jornalistas diminuem muito as a��es que se referem � organiza��o da classe trabalhadora, mas se calam quando vem � tona situa��es como as vividas pelos funcion�rios da Nissan americana, que � extremamente grave�, diz Ricardo Patah, presidente da UGT.
Uma delega��o integrada por 15 dirigentes das tr�s centrais (For�a, CUT e UGT) e das confedera��es (CNTM e CNM) ir� para o Mississipi ver de perto a situa��o dos trabalhadores e levar solidariedade � luta.
�� inconceb�vel que num pa�s que se considera o ber�o da democracia os trabalhadores n�o possam sequer se filiar a seu sindicato porque os patr�es n�o deixam�, destacou Jo�o Cayres.
Vagner Freitas lembra que a Nissan est� construindo uma unidade em Resende, no Rio de Janeiro. �N�o vamos aceitar pr�ticas antissindicais no Brasil como n�o aceitamos nos EUA. Todo movimento sindical estar� em Resende se isto acontecer�.
Tamb�m participaram da coletiva Rafael Messias Guerra e Ginny Toughalin, representantes do UAW (United Auto Workers), Sindicato que representa os metal�rgicos dos EUA. �Hoje � um dia importante para os trabalhadores do Mississippi porque eles sabem que n�o est�o sozinhos e t�m companheiros no Brasil�, disse Ginny.
Saiba mais
A Nissan foi a montadora que mais cresceu no Brasil nos �ltimos tr�s anos e est� construindo uma nova f�brica em Resende, Rio de Janeiro. A Nissan � patrocinadora da Copa de 2014 e em 2016 dos Jogos Ol�mpicos no Rio de Janeiro. O CEO mundial da Nissan, Carlos Ghosn, � brasileiro.
Trabalhadores da Nissan em todo o mundo t�m representa��o sindical e negocia��o coletiva, mas n�o nos EUA. Al�m disso, por volta de 50% dos trabalhadores da Nissan EUA s�o tempor�rios. Trabalhadores e l�deres comunit�rios nos EUA exigem que a empresa respeite o processo democr�tico de sindicaliza��o de seus trabalhadores. A rea��o da empresa at� agora tem sido de intimida��o, inclusive com amea�a de demiss�o e fechamento da f�brica.
Os dirigentes sindicais brasileiros anunciaram tamb�m que receber�o no Brasil o ator Danny Glover e l�deres da �Alian�a do Mississippi pela Justi�a na Nissan�. Esta entidade � uma organiza��o composta por cl�rigos, l�deres comunit�rios, representantes eleitos e estudantes do Mississippi, o estado mais pobre dos Estados Unidos. O encontro ter� por objetivo a troca de experi�ncias com l�deres sindicais, jornalistas e pol�ticos brasileiros.
Fonte: CNTM