Centrais organizam o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação

As manifesta��es de 30 de Agosto dar�o prioridade �s lutas pelo fim do Fator Previdenci�rio, pela redu��o da jornada para 40 horas semanais e pelo fim do PL 4330 da terceiriza��o

As centrais sindicais realizaram reuni�o nesta segunda-feira, 19, na sede da CUT, para organizar o 30 de Agosto, Dia Nacional de Mobiliza��o e Paralisa��o.

Jo�o Carlos Gon�alves (Juruna), secret�rio-geral da For�a Sindical, disse que a pauta unit�ria dos trabalhadores, constru�da na luta, tem repercutido positivamente junto �s bases e contribu�do para que o papel do movimento sindical seja valorizado na mesa de negocia��o.

�Apesar da campanha dos grandes conglomerados de comunica��o para invisibilizar ou diminuir o protagonismo da classe trabalhadora na luta por mudan�as, a a��o unificada tem rendido frutos e demonstra a corre��o da iniciativa�, afirma Juruna.

Para as centrais, a conjuntura � favor�vel � manifesta��o, que d� continuidade aos protestos, passeatas e greves realizadas no 11 de junho, e potencializa a cobran�a da pauta da classe trabalhadora.

A agenda de reivindica��es inclui ainda a luta pelos 10% do PIB para a Educa��o; 10% do Or�amento da Uni�o para a Sa�de; transporte p�blico e de qualidade/mobilidade urbana; valoriza��o das aposentadorias; reforma agr�ria e suspens�o dos leil�es de petr�leo.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, declarou que �estamos enfrentando as dificuldades diante de um governo de disputa em que muitas vezes os interlocutores v�o se alternando. Da� a import�ncia da press�o conjunta, da unidade de a��o do movimento sindical, para impedir retrocessos e ampliar conquistas�.

O sindicalista afirmou que �o pr�ximo dia 30 se soma ao ato vitorioso do 11 de junho, s�o manifesta��es para alterar o jogo�. Com os trabalhadores em campo, paralisando atividades, realizando protestos e passeatas, acumulamos for�a para pressionar o Congresso Nacional e o governo federal. Foi assim que conseguimos na semana passada os recursos para o Fundo Social do pr�-sal, foi essa luta colossal que tem impedido que eles passem o PL 4330 de qualquer maneira, impondo uma terceiriza��o indiscriminada�, ressaltou o presidente cutista.

Ao destacar o papel perverso do PL 4330, o secret�rio geral da CUT, S�rgio Nobre, lembrou que �pa�s de primeira n�o pode ter emprego de terceira�. S�rgio destacou a import�ncia da mobiliza��o do conjunto das categorias, em todos os Estados, para garantir a igualdade de direitos, de condi��es e de sal�rio, direito � informa��o pr�via, proibi��o na atividade-fim, responsabilidade solid�ria das empresas contratantes e penaliza��o das empresas infratoras, tudo o que setores do patronato querem apagar da legisla��o.

Estudos do Dieese apontam que o trabalhador terceirizado recebe sal�rio 27% menor que o contratado diretamente, tem jornada semanal de tr�s horas a mais, permanece 2,6 anos a menos no emprego, e sua rotatividade � mais do que o dobro (44,9% contra 22%). Al�m disso, aponta o Dieese, a cada 10 acidentes de trabalho, oito acontecem entre os terceirizados.

Membro da coordena��o nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Jo�o Paulo Rodrigues condenou a postura do governo federal que �nem desapropria terra nem senta com o movimento�. �Temos 80 mil fam�lias acampadas que necessitam ter prioridade nesse momento. Nos somamos � manifesta��o das centrais sindicais bastante animados de que o aumento da press�o vai abrir caminho para os avan�os que o nosso povo e o Brasil precisam�, acrescentou.

Para o secret�rio geral da Central Geral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CGTB), Carlos Alberto Pereira, �o momento � de avan�o do movimento sindical� e reflete os avan�os obtidos a partir da mobiliza��o de junho, que reuniu dois milh�es de trabalhadores em mais de 250 cidades. �De l� para c� tivemos tr�s vit�rias: a do Fundo Social do Pr�-Sal, que garantiu mais de 200 bilh�es de reais para a educa��o nos pr�ximos dez anos; adiamos o PL da terceiriza��o por 30 dias, barrando a tentativa de golpe que busca ampliar e legitimar a precariza��o; e aceleramos a nossa mobiliza��o, o que tem sido fundamental para aprofundar as negocia��es com o governo e o Congresso Nacional�, disse Pereira.

O secret�rio geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Pascoal Carneiro, relatou da grande receptividade que a convoca��o do 30 de agosto vem tendo pelo pa�s, citando a assembleia realizada recentemente na capital baiana, �onde h� muita disposi��o de parar para colocar o pa�s nos trilhos�. �O sentimento � de greve no dia 30 em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento com valoriza��o do trabalho, combatendo a precariza��o e o retrocesso�.

Representando a Intersindical, Edson Carneiro (�ndio) reiterou o papel da caminhada conjunta, com unidade na diversidade, para fazer a pauta avan�ar. �O processo que o pa�s est� vivendo n�o � sindical, mas pol�tico, o que refor�a a import�ncia da press�o por mudan�as na pol�tica econ�mica, como o fim do super�vit prim�rio. Queremos inverter a l�gica do que beneficia o grande capital rentista, o agroneg�cio e as empreiteiras�, frisou �ndio.

A luta contra a precariza��o das rela��es de trabalho, apontou o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, deve ser amplificada, �tanto no setor privado quanto p�blico�. �A lei 8666 que disp�e sobre a contrata��o direta significa contrata��o via pre�o, o que representa trabalho mais barato, prec�rio. Esta � uma quest�o que precisa ser alterada com urg�ncia�, defendeu.

Em nome da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Luiz Gon�alves (Luizinho), enfatizou o compromisso de �parar aonde for poss�vel no pr�ximo 30 de agosto�. �O volume do nosso protesto � essencial para mostrar que o movimento sindical est� engajado em buscar o resultado das nossas negocia��es, a melhoria das rela��es de trabalho e o desenvolvimento do pa�s�, concluiu.

Fonte: CNTM