Chegada de imigrante eleva o PIB

Estudo indica que entrada l�quida de 1 milh�o de estrangeiros no Pa�s possibilitaria amplia��o do PIB potencial em 0,5 ponto porcentual 

A economia tem um novo obst�culo pela frente para voltar a crescer: a falta de m�o de obra, provocada pelo menor aumento populacional, alertam economistas. A sa�da mais r�pida para acelerar o crescimento, sem infla��o, � importar trabalhadores de pa�ses desenvolvidos e at� mesmo dos vizinhos, onde o desemprego � alto. O governo j� sinalizou que quer facilitar o acesso ao Brasil de trabalhadores estrangeiros qualificados.

Um estudo feito pela LCA Consultores mostra que, se o Brasil conseguisse atrair por ano 1 milh�o de trabalhadores estrangeiros, liquidamente, isto �, descontados os que deixam o Pa�s, seria poss�vel ampliar em 0,5 ponto porcentual o Produto Interno Bruto (PIB) potencial. "O impacto seria praticamente instant�neo", diz o economista-chefe da consultoria e autor do estudo, Br�ulio Borges. O PIB potencial � a capacidade de a economia ampliar a oferta de bens e servi�os sem provocar infla��o.

Para chegar a esse n�mero, Borges avaliou como anda o PIB potencial, levando em conta apenas o estoque de capital dispon�vel, que � o investimento acumulado ao longo dos anos. Concluiu que uma taxa de investimento pr�xima de 20% do PIB, que � que o Brasil tem hoje, seria suficiente para fazer a economia crescer 4,5% ao ano, considerando influ�ncia zero dos demais fatores de produ��o, como m�o de obra e produtividade. "Ent�o, por que o PIB potencial hoje � menor; est� em 4%, na nossa conta, e 3,5%, na proje��o de outros agentes do mercado?"

Segundo o economista, o principal limitador do PIB potencial � a oferta de m�o de obra, j� que a taxa de crescimento da produtividade total da economia brasileira, na faixa de 1,5% ao ano, apesar de ser baixa, � uma quest�o que s� pode ser resolvida no longo prazo, com pol�ticas voltadas � inova��o e pesquisa.

A escassez de m�o de obra tamb�m � apontada como um obst�culo ao crescimento pelos economistas Fabio Giambiagi, do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), e Armando Castelar, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, no livro intitulado Al�m da euforia, de autoria de ambos.

Giambiagi explica que, em 2011, as taxas de crescimento da Popula��o Economicamente Ativa (PEA), da Popula��o Ocupada (PO), da popula��o com idade entre 15 e 64 anos cresceram num ritmo bem menor do que a m�dia anual entre 2003 e 2010. Ele diz que a taxa de desemprego est� perto do piso e talvez possa cair um pouco mais. "Com o desemprego em torno de 5%, n�o h� novos desempregados para serem absorvidos."

O economista ressalta que, no passado recente, o emprego n�o foi limitado pela PEA, por isso cresceu a taxas elevadas. J� n�s pr�ximos anos Giambiagi acredita que o emprego ser� limitado pela PEA, e esta vai crescer s� 1% ao ano. Com a taxa de crescimento da PEA limitada a 1% e se a economia n�o tiver um salto de efici�ncia, o Pa�s ter� problemas para crescer 4% ao ano.

As alternativas para tirar esse obst�culo do caminho s�o, na opini�o de Borges e de Giambiagi, estimular a imigra��o e ampliar a produtividade, que leva mais tempo para ocorrer, observa o economista-chefe da LCA.

Por Marcia de Chiara - O Estado de S. Paulo

Fonte: Estad�o