Classe média ainda ganha pouco, mas se diverte

Depois do fen�meno do surgimento da �nova classe m�dia� brasileira, muitas an�lises e novos par�metros surgiram para identificar e classificar os personagens desse novo cap�tulo s�cio econ�mico do pa�s. A mais recente � uma pesquisa feita em parceira entre Serasa Expirian e o Instituto Data Popular, �Faces da Classe M�dia�- vale a pena ver os detalhes na reportagem do G1.

Uma variedade de n�meros mostra o comportamento e as aspira��es dos mais de 108 milh�es de brasileiros que preenchem os requisitos da classe m�dia. Talvez, um dos mais expressivos seja o dado sobre o cr�dito. Em 2013, a classe C tomou 58% do cr�dito concedido no Brasil.

Esse dado revela que, para ascenderem ao novo patamar, os brasileiros encheram o tanque com o consumo de bens e servi�os � via cr�dito. Os cidad�os desse estrato da popula��o consumiram nada mais, nada menos do que R$ 1,17 trilh�o.

�N�s estamos vivendo um processo de inclus�o social pelo consumo. Tanto o d�ficit de consumo quanto a supervaloriza��o dele, como um tipo de marca��o social, estimulam mais e mais as pessoas�, disse ao G1, o economista Luiz Pilli, um dos respons�veis pela elabora��o do Novo Crit�rio de Classifica��o Econ�mica Brasil, coordenado pela Associa��o Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP).

Par�nteses

Em abril de 2012, uma comiss�o formada pela Secretaria de Assuntos Estrat�gicos (SAE) divulgou o estudo �Vozes da Classe M�dia� e apresentou uma banda de renda per capita para identificar quem pertence � classe C � ou m�dia: todas as pessoas que vivem em fam�lias com ganho mensal entre R$ 291,00 e R$ 1019,00.

Parece estranho e � estranho � mas � isso mesmo. Essa renda foi capaz de tomar mais da metade do cr�dito do pa�s em 2013 e consumir o equivalente ao PIB de um pa�s participante do G-20, o grupo dos pa�ses mais ricos do mundo.

L� em abril do ano passado, a SAE defendeu sua classifica��o pela renda da popula��o alegando que as pessoas que ganham acima de R$ 2,4 mil por m�s ficariam espremidas em 5% da popula��o do pa�s. A Secretaria reconhece que muita gente que ganha at� R$ 2,4 mil, por exemplo, se considera classe m�dia � mas, oficialmente, ela � �baixa classe alta�.

Do outro lado do balc�o, a ABEP decidiu ir al�m da renda para identificar e classificar os consumidores brasileiros, sem se limitar aos conceitos j� estabelecidos. E assim, criar uma nova referencia para quem quer se preparar para atender seu p�blico alvo.

�Como a gente faz isso? Primeira coisa � evitar �classe m�dia�, �classe alta�. N�s separamos as pessoas por classe de poder de consumo. A SAE entende que a renda � uma vari�vel suficiente para fazer essa classifica��o. Para n�s n�o �. N�s buscamos um crit�rio mais complexo para dar conta desse novo cen�rio. N�s levamos em conta a educa��o � quem est� mais preparado, consome mais e melhor. Tamb�m consideramos a posse de bens e por exemplo, a presen�a de empregada dom�stico�, diz Luiz Pilli.

No final, diz Pilli, as duas pesquisas se aproximam em seus resultados. O crit�rio da ABEP talvez consiga dar detalhes importantes para quem quer ganhar mercado. Essa massa de 108 milh�es de brasileiros alcan�ou conquistas importantes e merecidas. Verdade seja dita � eles ainda ganham pouco, mas encontram jeito de se divertir, com pouco mais de R$ 1 trilh�o.

Artigo: Thais Her�dia - G1