O des�nimo de investidores em rela��o ao Brasil est� entre as principais barreiras � recupera��o da economia. Conta feita pelo Ita� Unibanco com base em dados da Funda��o Getulio Vargas (FGV) mostra um quadro de estagna��o da confian�a dos empres�rios em n�vel baixo.
O banco calculou a m�dia dos indicadores de confian�a considerando o peso de cada setor -ind�stria, servi�os, constru��o e com�rcio- no PIB (Produto Interno Bruto).
O �ndice atingiu m�dia de 92,7 pontos nos primeiros quatro meses de 2013, resultado 4,4% inferior � m�dia registrada desde julho de 2010. Na compara��o com o pico da s�rie, em agosto de 2010, a confian�a est� 10% menor.
"Depois de ensaiar uma recupera��o, o �ndice voltou para o baixo n�vel de meados de 2012. Ou seja, n�o h� recupera��o da confian�a", diz Aur�lio Bicalho, economista do Ita� Unibanco.
IND�STRIA FRACA
A atividade nos setores de com�rcio e servi�os vem perdendo f�lego, mas a ind�stria � o que mais preocupa.
Um term�metro muito acompanhado do setor � o �ndice de gerente de compras (PMI) calculado pelo HSBC e pela consultoria Markit.
O PMI tenta antecipar o movimento da ind�stria com base em entrevistas com executivos sobre estoques, contrata��es, exporta��es etc.
O PMI do Brasil se recuperou em janeiro. Desde ent�o, embora ainda aponte expans�o, vem perdendo f�lego. O �ndice de abril foi o mais baixo desde outubro de 2012.
Dados ainda fracos de confian�a dos empres�rios e do ritmo de atividade da ind�stria est�o por tr�s de uma rodada recente de revis�es para baixo nas proje��es de crescimento do PIB em 2013.
O Ita� Unibanco reduziu sua proje��o recentemente de 3% para 2,8%.
Fernando Montero, economista-chefe da corretora Tullett Prebon, tamb�m revisou sua proje��o de crescimento de 3,3% para 3,1% neste ano.
Montero diz que esse n�mero o situa entre os mais otimistas, mas ressalta que sua proje��o considera fatores excepcionais como a forte expans�o da safra agr�cola e o fato de que o per�odo de abril a dezembro ter� cinco dias �teis a mais do que em 2012.
"Apesar desses fatores excepcionais, o quadro geral da economia � fraco. Houve frustra��o com os resultados da ind�stria, que sofre com a falta de competitividade", diz.
Segundo Montero, os ganhos do setor com a desvaloriza��o do real no primeiro trimestre deste ano foram em boa parte anulados pelo aumento dos custos com os trabalhadores superior ao avan�o da produtividade.
Para analistas, a recupera��o do setor industrial depende no curto prazo da retomada de investimentos para melhorar a produtividade (medida de efici�ncia) do setor.
"O crescimento neste ano vai depender do que ocorrer� com o investimento. O problema � que houve uma piora geral do humor em rela��o ao Brasil", diz Constantin Jancso, economista do HSBC, que projeta expans�o de 2,6% do PIB em 2013.

Por Erica Fraga - Folha de S.Paulo