Criação de emprego no Estado tem o pior resultado em 4 anos

A gera��o de empregos em Goi�s entrou numa curva decrescente nos �ltimos tr�s anos e chegou, em 2013, ao menor patamar desde 2010 (veja quadro). Embora ainda seja positivo (ou seja, com mais admiss�es do que demiss�es), o saldo de postos de trabalho formais n�o evoluiu mais uma vez. No ano passado, chegou a 60.831 novas vagas, ou seja, 8,15% a menos do que foi gerado em 2012 (66.230). Os resultados de dezembro contribu�ram para o balan�o reduzido: foram fechadas 23.176 vagas

O balan�o nacional � ainda � menos otimista: com a cria��o de 1,11 milh�o de novos empregos em 2013, o resultado no Pa�s � o menor dos �ltimos dez anos. Vale explicar que, em Goi�s, assim como no Brasil de forma geral, h� muito n�o se sabe o que � redu��o no estoque anual de vagas nas empresas (que em dezembro de 2013, somava 1,21 milh�o no Estado).

CARTEIRAS

Todo ano, seja pequena ou grande, h� uma gera��o de vagas que engrossa o n�mero de carteiras assinadas. Mas o que se nota � que, nos �ltimos tr�s anos, esse crescimento ocorre com cada vez menos velocidade, evidenciando a desacelera��o do mercado de trabalho.

Para analistas, dois fatores podem explicar este cen�rio. O primeiro seria o pr�prio desaquecimento da economia nos �ltimos anos, provocado pela press�o inflacion�ria combinada com um baixo crescimento das riquezas e com as incertezas jur�dicas que afastam investidores do Pa�s e do Estado. Contudo, o mais grave ainda � a falta de qualifica��o profissional, afirma o economista Jos� Luiz Miranda, membro do Conselho Regional de Economia (Corecon) e professor das Faculdades Alfa.

Essa escassez de m�o de obra especializada, que fosse capaz de atender �s novas demandas das empresas, cada vez mais modernas e com tecnologia agregada aos processos de produ��o, gest�o e organiza��o, impede o crescimento econ�mico como um todo e, obviamente, impacta nos n�meros de gera��o de emprego, explica Miranda. �Goi�s nitidamente est� passando por esse processo, porque tem recebido novas empresas de fora, as quais enfrentam esta dificuldade de falta de profissionais�, frisa.

O economista Jeferson de Castro, professor da Pontif�cia Universidade Cat�lica (PUC) de Goi�s, acrescenta ainda que o comportamento do governo brasileiro (inst�vel e excessivamente intervencionista) frente � pol�tica econ�mica nacional vem diminuindo consecutivamente a confian�a do empres�rio e do investidor nos �ltimos anos, em especial em 2013. �O empres�rio que tinha expectativas de um crescimento forte da economia no final do ano passado n�o viu isso se concretizar e, consequentemente, acabou demitindo mais�, enfatiza.

Para Jeferson, reverter essa gradativa redu��o na gera��o de empregos e impedir que ela chegue a n�veis ainda menores em 2014 vai depender de uma mudan�a de atitude governamental. Um dos caminhos � acelerar as concess�es de rodovias, ferrovias e aeroportos em todo o Pa�s, para que haja uma maior confian�a sobre os investimentos na infraestrutura nacional. A longo prazo, isso representa redu��o de custos para escoamento de produ��o (que faz parte do custo Brasil) e, consequentemente, uma melhoria da competitividade dos produtos nacionais, explica.

SETORES

Mesmo criando menos vagas no ano passado do que em 2012, Goi�s ainda est� em s�timo lugar no ranking dos Estados que mais geraram empregos com carteira assinada em 2013. O setor de servi�os foi o que mais contribuiu para a abertura de novos postos, com 25.782 vagas. Elas est�o em bares, restaurantes e lanchonetes, oficinas de repara��o e manuten��o e assist�ncia t�cnica.

Diretor da Associa��o Comercial, Industrial e de Servi�os de Goi�s (Acieg), Ivan Hermano Filho afirma que, devido � pr�pria inefici�ncia do governo, empresas de seguran�a, sa�de e educa��o tamb�m se mant�m aquecidas nas presta��o de servi�os nestas �reas, gerando mais postos de trabalho para o setor.

Com�rcio vem em segundo lugar no saldo de carteiras assinadas (14.079 vagas, especialmente no varejo), seguido das ind�strias de transforma��o (10.816 vagas, com mais participa��o das empresas de alimentos e bebidas, qu�micas e farmac�uticas).

Entretanto, se forem comparadas ao resultado de 2012, todos tiveram desacelera��o na quantidade de empregos gerados. A exce��o � o setor agropecu�rio. No saldo entre admiss�es e demiss�es, o desempenho foi positivo de 5.090 novos postos em 2013, 44,4% a mais que no ano anterior. �A agropecu�ria sempre tende a crescer em Goi�s, porque ainda � a principal �ncora da economia do Estado. Estamos falando de alimentos e a demanda no mundo � sempre crescente�, analisa o economista Jos� Luiz.

Por L�dia Borges - O Popular