M�s de julho teve a menor gera��o de postos de trabalho desde o ano de 2008 no Estado

A busca do trabalhador por sal�rios e benef�cios melhores fez o saldo da gera��o de empregos em Goi�s despencar em julho. Depois de crescer a n�veis hist�ricos no primeiro semestre, a cria��o de postos de trabalho abriu o segundo semestre com a maior retra��o dos �ltimos anos. A queda foi de 34% em rela��o ao mesmo m�s de 2011.
N�meros do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que, ao mesmo tempo em que foram admitidos 60.160 trabalhadores em Goi�s, outros 56.168 foram desligados ou pediram desligamento em julho.
Descontados os n�meros de admitidos e demitidos, o saldo de 3.992 � o menor dos �ltimos quatro anos para o m�s. No mesmo per�odo de 2011, o saldo foi de 2.063 vagas a mais que agora (6.055) e, em julho de 2010, foram 2.466 postos de empregos a mais (6.458).
A retra��o brusca, entretanto, n�o significa que o setor produtivo mandou embora de forma massiva. Ao contr�rio, as contrata��es continuram a todo vapor. O que fez o n�mero de demiss�es crescerem em julho foram os pedidos de desligamentos espont�neos, que, como consequ�ncia, elevou a taxa de demiss�es e fez o indicador da taxa de empregos cair drasticamente em Goi�s.
Na pr�tica, a taxa de desemprego continua est�vel. Os trabalhadores, por�m, parecem ter aproveitado o m�s de f�rias para encerrar as atividades laborais e encarar novos desafios, onde sua m�o de obra valesse mais ou onde desfrutasse de melhores benef�cios, como plano de sa�de.
Levantamento do Sindicato dos Empregados no Com�rcio do Estado de Goi�s (Seceg), que representam 120 mil trabalhadores da categoria, confirma este processo. A entidade, que � respons�vel por dar baixa na carteira dos contratados por mais de um ano, detectou que houve um salto de 37,42% nos pedidos de demiss�es feitos por trabalhadores, contra um crescimento de 6,3% das demiss�es realizadas por patr�es.
O presidente do sindicato, Eduardo Amorim, diz que boa parte pediu demiss�o por uma melhor oferta. Ou seja, o mercado de emprego no Estado est� mais competitivo. �As empresas que n�o oferecem bons sal�rios, benef�cios e seguran�a, n�o mant�m os funcion�rios. Quem s� oferece sal�rio em dia e vale transporte perde trabalhador�, afirma.
SETORES
A avalia��o pode ser confrontada com os dados do Caged. O com�rcio, que � considerado o maior gerador de vagas no Estado, fechou julho com o saldo de 538 vagas. A constru��o civil, por sua vez, foi onde este processo mais interferiu. Respons�vel por 20% do PIB goiano, o setor fechou o m�s passado com um saldo de apenas173 vagas.
Em julho de 2011, a constru��o encerrou julho com 2.098 posto. O primeiro vice-presidente do Sindicato da Ind�stria da Constru��o no Estado de Goi�s (Sinduscon-GO), Carlos Alberto Moura, confirma o aumento dos pedidos de desligamentos no setor e acrescenta que o ritmo das obras est�o mais lentos do que antes por conta da renegocia��o de juros dos empr�stimos tomados antes da redu��o.
�As construtoras tomaram dinheiro com uma taxa maior. Como o governo vem diminuindo os juros, construtoras e bancos entraram em renegocia��o. Este processo levou a atrasos nos lan�amentos de obras. Diminuindo o ritmo das obras e das contrata��es�, avalia.
Segundo ele, n�o h� raz�es para se preocupar com um desaquecimento do setor em Goi�s. �As perspectivas de investimentos p�blicos nesta �rea, pelo contr�rio, mostra que a constru��o deve continuar a gerar mais postos de emprego em Goi�s at� o fim do ano�, prev� Carlos Alberto.
O cen�rio otimista tamb�m � compartilhado pela ind�stria da transforma��o. O setor foi o que teve o melhor saldo no Estado: 1.254 (cerca de 40% do total). O coordenador t�cnico da Federa��o das Ind�strias do Estado de Goi�s (Fieg), Wellington Vieira, avalia que a rela��o entre admitidos e desligados continua est�vel no setor. �Este dado nos d�, inclusive, esperan�a de que a produ��o e as vendas melhorem.�
Por Ricardo C�sar - O Popular