Produto sobe 18,3% e puxa a infla��o de Goi�nia em fevereiro. Carne pode ser a vil� de mar�o

O consumidor j� n�o sabe mais quem ou o que culpar pela alta nos pre�os: a falta ou o excesso de chuvas. O pre�o do tomate come�ou a subir no in�cio do ano por causa das chuvas escassas, que elevaram os custos com irriga��o, atrapalhando a qualidade dos frutos. No m�s passado, a alta foi de 18,3%, mas, desta vez, a culpa foi das chuvas que chegaram com for�a. J� o pre�o da carne deve ficar at� R$ 2 mais alto para o consumidor neste m�s, novamente por culpa da seca no primeiro bimestre, que afetou o desenvolvimento dos pastos.
Al�m do tomate, os fatores clim�ticos tamb�m elevaram os pre�os de produtos como a abobrinha, o repolho e a banana prata. No geral, as hortali�as e legumes ficaram quase 10% mais caras. Nem o pre�o do ovo grande escapou: teve alta de 18,8% no m�s passado. Com isso, a infla��o de Goi�nia pelo �ndice de Pre�os aos Consumidor (IPC) subiu 0,39% em fevereiro, mesmo assim, abaixo dos 1,13% registrados em janeiro.
PREVIS�VEL
Para o economista Marcelo Eurico de Sousa, gerente de Pesquisas Sistem�ticas e Especiais do Instituto Mauro Borges (IMB), o recuo no �ndice de infla��o j� era esperado para o m�s de fevereiro, quando n�o h� muita press�o de pre�os. Por�m, os fatores sazonais causados pela seca e pela chuva ainda influenciam.
Ele lembra que o quilo do tomate � vendido por at� R$ 7 nas feiras livres da capital e tudo indica que os pre�os devem se manter altos neste m�s. Isso porque as chuvas est�o pesadas nas principais regi�es produtoras, apesar da falta de precipita��o nos leitos dos rios que abastecem as represas. Boa parte do tomate consumido agora em Goi�s vem de outros Estados. J� os pre�os da batata e da cebola foram favorecidos pela estiagem no in�cio do ano.
Por�m, Marcelo Eurico lembra que as hortali�as s�o muito sens�veis aos efeitos da chuva. Como o ciclo de produ��o desses alimentos � r�pido e eles s�o muito sens�veis, o resultado do excesso de chuvas tamb�m deve aparecer logo na qualidade e nos pre�os. �Se a estiagem atrapalha um pouco, a chuva pode prejudicar muito mais�, alerta. Por isso, a tend�ncia � de alta.
Para o presidente da Associa��o Goiana de Avicultura (AGA), Uacir Bernardes, a alta no pre�o do ovo foi apenas uma adequa��o do mercado em fun��o de uma recupera��o da demanda. Isso teria coincido com a fase de descarte de galinhas. �O pre�o vinha baixo nas granjas, depois de uma queda no fim do ano passado, e reagiu em fevereiro�.
Outros vil�es da infla��o foram os pre�os dos alugu�is residenciais, que subiram 0,67%. Marcelo explica que isso � reflexo da maior procura por im�veis no in�cio do ano. Os pre�os de alguns servi�os, como manicure e pedicuro, tamb�m j� sentiram o peso do e reajuste do sal�rio m�nimo.
Com os alimentos mais caros, o pre�o da cesta b�sica do goianiense tamb�m subiu um pouco, passando de R$ 246,77 em janeiro para R$ 248,07 em fevereiro, uma varia��o de 0,53%. A varia��o foi puxada pela alta nos pre�os dos legumes e tub�rculos.
OFERTA E DEMANDA
O pecuarista Gilson Carvalho se assustou com o pre�o do tomate, que ontem era vendido a R$ 8 o quilo no verdur�o que ele frequenta. �Est� muito caro. O jeito � trocar por outros alimentos at� que a demanda empate com a oferta, voltando a equilibrar o pre�o no mercado.� A OPINI�O � COMPARTILHADA PELO ECONOMISTA MARCELO EURICO. SEGUNDO ELE, A MELHOR SA�DA PARA O CONSUMIDOR � OPTAR PELA SUBSTITUI��O DE PRODUTOS E PELA PESQUISA DE pre�os para adequar o or�amento a essas quest�es sazonais. �O varejo � competitivo e sempre oferece boas oportunidades de compra.�
No m�s passado, os pre�os das carnes registraram at� redu��o por causa da baixa demanda. Foi o caso do contrafil�, que ficou quase 5% mais barato, de acordo com o IPC.
Por�m, tudo indica que esse cen�rio n�o deve se repetir este m�s, pois os pre�os come�am a subir por causa da seca prolongada nos pastos, que reduziu a oferta de animais.
Quilo da carne deve ficar at� R$ 2 mais alto
A carne pode ser uma das vil�s da infla��o neste m�s de mar�o. Os a�ougues avisam que o pre�o do quilo da carne deve ficar at� R$ 2 mais alto a partir desta semana. Isso por causa estiagem prolongada neste in�cio do ano, que reduziu a qualidade dos pastos e afetou o crescimento dos animais, que ficaram mais escassos no mercado. Com isso, a arroba do boi j� passou dos R$ 112 em Goi�s.
O empres�rio Jos� Cruvinel da Silva, propriet�rio da Casa de Carnes Vila Nova, afirma que todos os dias seu fornecedor eleva os pre�os em R$ 0,10 ou R$ 0,20 e o quilo j� chegou a R$ 7,50. Ele conta que repassou R$ 1 de reajuste para os pre�os. Com isso, a carne de segunda passou de R$ 10,90 para R$ 11,90 e a de primeira, de R$ 16,99 para R$ 17,99.
O repasse s� n�o foi maior porque as vendas est�o baixas, situa��o que tende a piorar durante o per�odo da quaresma, quando muita gente deixa de comer carne. �Teremos de repassar mais um pouco, caso contr�rio trabalharemos no vermelho, sem cobrir as despesas�.
A propriet�ria do Imp�rio das Carnes, Marta Val�ria de Souza, conta que o pre�o do quilo da carne da vaca com osso passou de R$ 6,40 para R$ 7,40.
Apesar do pre�o mais elevado, ela informa que tamb�m est� mais dif�cil encontrar o produto no mercado.
�O reajuste come�ou h� duas semanas e seguramos muito. S� agora estamos repassando aos poucos e o pre�o do quilo deve ficar R$ 2 mais alto para o consumidor.� Marta lembra essa sempre foi uma �poca de baixa dos pre�os.
REPASSE
O propriet�rio do Verdur�o e Casa de Carne Nova Su��a, Jos� Bacana, informou que o pre�o subiu 10% apenas ontem, e o quilo, que custava R$ 8,50, chegou a R$ 9,50. �Se subir de novo, terei de repassar.�
Os pre�os come�aram a subir nos �ltimos 15 dias e est�o 30% mais elevados, segundo Ivaneide Cristina da Silva, da Goi�nia Carnes.
Segundo ela, o a�ougue est� segurando o reajuste porque o movimento est� fraco e h� temor de mais queda. Na Casa de Carnes Centro-Oeste, os pre�os est�o cerca de R$ 1 mais altos para cada corte de carne.

Por L�cia Monteiro - O Popular