As principais centrais sindicais chegam divididas ao "Dia Nacional de Lutas" em rela��o ao apoio ao governo Dilma Rousseff. O movimento, que coloca os trabalhadores na rota de protestos, promete paralisar S�o Paulo e algumas das principais cidades do pa�s amanh�.
Os trabalhadores fizeram uma s�rie de reuni�es para definir uma pauta comum de reivindica��es, mas temas sens�veis ao governo Dilma como o plebiscito e o combate � infla��o dividem os l�deres sindicais.
A falta de consenso resultou na inclus�o somente de assuntos de interesse direto dos trabalhadores, como a redu��o da jornada, o fim do fator previdenci�rio e ainda o combate � terceiriza��o dos postos de trabalho.
A CUT (Central �nica dos Trabalhadores) queria o apoio das demais centrais � consulta popular para uma reforma pol�tica, encampada pelo PT e pelo governo. Mas sindicalistas ligados � For�a Sindical e � CSP-Conlutas vetaram a ideia. A CUT levar� a proposta isoladamente.
Por outro lado, as duas centrais de oposi��o querem debater o combate � infla��o e defendem mudan�as na equipe econ�mica. "Vamos pedir a cabe�a do ministro Guido Mantega. Queremos mudan�a na pol�tica econ�mica e redu��o na infla��o, que corr�i o sal�rio do trabalhador", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da For�a Sindical.
"O problema n�o � o ministro. � o governo que privilegia o interesse dos bancos, das empresas, do agroneg�cio, e n�o o dos trabalhadores", disse Jos� Maria de Almeida, coordenador da CSP-Conlutas e presidente do PSTU.
A CUT nega que defenda a proposta do governo, mas confirma que � a favor da consulta popular sobre temas de interesse da sociedade.
Os sindicalistas n�o falam em n�mero de pessoas nas manifesta��es, mas sim no total de em trabalhadores que v�o aderir � paralisa��o.
Na avalia��o da Conlutas, se o Metr� de S�o Paulo parar 5 milh�es de passageiros ser�o afetados, o que amplificaria o alcance do ato.
Os metrovi�rios devem decidir hoje sobre sua ades�o ao dia de protesto. Ontem, a tend�ncia dos l�deres da categoria era pela paralisa��o.
Os �nibus devem operar normalmente em S�o Paulo, segundo o sindicato.
Pelo menos 600 mil servidores p�blicos do Executivo e do Judici�rio tamb�m v�o aderir. Petroleiros, professores, comerci�rios, qu�micos e metal�rgicos de diferentes centrais tamb�m v�o parar.
Os estivadores do porto de Santos iniciam hoje a paralisa��o. Os banc�rios decidem hoje se participam.
Em S�o Paulo, haver� uma manifesta��o conjunta das centrais sindicais na avenida Paulista, a partir das 12h.
Militantes do PT prometem ir �s ruas para pedir a reforma pol�tica, o que tem irritado as centrais, exceto a CUT.
Dirigentes do partido, pedindo reserva do nome, disseram � Folha que militantes petistas v�o participar tendo "a pauta das centrais" como foco principal e que o debate sobre a reforma pol�tica nunca foi colocado como prioridade no ato, mas que n�o podem impedir a milit�ncia de tratar sobre o tema, se desejarem. A resist�ncia � atribu�da ao que classificam como "veneno" por parte de Paulinho.
Por Toni Sciarretta / Daniela Lima - Folha de S.Paulo