Desemprego mantém-se estável em 2012 após três anos de queda

AG�NCIA BRASIL


A taxa de desemprego de 2012 manteve-se em relativa estabilidade na compara��o com o ano anterior, aponta balan�o anual da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). O estudo feito pela Funda��o Sistema Estadual de An�lise de Dados (Funda��o Seade) e o Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) mostra que a taxa passou de 10,4% em 2011 para 10,5% no ano passado.

No conjunto de sete regi�es metropolitanas e Distrito Federal, o contingente de desempregados � estimado em 2,329 milh�es de pessoas.

O �ndice de desemprego estava em queda desde 2009, quando a taxa registrada foi 14%. No ano seguinte, a PED mostrou uma taxa de desemprego de 11,9%. "Ela caiu at� 2011 [10,4%] e agora apresentou estabilidade", destacou a t�cnica do Dieese Ana Maria Belavenuto.

O setor que mais contribuiu para cria��o de postos de trabalho foi o de constru��o civil, com varia��o positiva de 6%, que representa 87 mil novas vagas. Em seguida, aparece o setor de servi�os, com 3% de varia��o e 327 mil vagas a mais.

Na avalia��o de Ana Maria, esses dois segmentos devem continuar a sustentar o mercado de trabalho neste ano. "Por conta dos investimentos que est�o sendo feitos em infraestrutura e at� pela quest�o da Copa [do Mundo de 2014], a expectativa � que, dada as condi��es atuais, esses setores v�o ainda ter um crescimento na ocupa��o ou pelo menos, na pior das hip�teses, sustentar a situa��o", declarou.

A economista destacou como exemplo a regi�o metropolitana do Recife, onde o setor de constru��o civil apresentou varia��o no n�vel de ocupa��o de 20,7% em 2012.

Nos demais setores, o segmento de com�rcio e repara��o de ve�culos tamb�m fechou o ano com varia��o positiva, com 0,5%. A pesquisa estima que tenham sido criadas 18 mil novas vagas no ano passado. O �nico setor a apresentar varia��o negativa foi o da ind�stria de transforma��o, com -0,7%, o que representa a elimina��o de 21 mil postos de trabalho.

Para o economista Alexandre Loloian, coordenador de An�lise da Pesquisa da Funda��o Seade, o resultado � positivo ante o cen�rio de instabilidade econ�mica do ano de 2012. "A despeito dos humores da economia nacional, a ocupa��o ter crescido 1,2% [na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo] � muita coisa em rela��o ao que poderia n�o ter ocorrido", avaliou. No conjunto das regi�es analisadas, o crescimento da ocupa��o alcan�ou 2%, com 384 mil novas vagas.

Na compara��o entre regi�es, a taxa de desemprego apresentou queda em Belo Horizonte (de 7% para 5,1%), Porto Alegre (de 7,3% para 7%) e Recife (de 13,5% para 12%). Houve eleva��o da taxa em Salvador (de 15,3% para 17,7%) e S�o Paulo (de 10,5% para 10,9%). No Distrito Federal, o �ndice ficou relativamente est�vel, passando de 12,4% para 12,3%. Em Fortaleza, a taxa de desemprego ficou est�vel em 8,9%.

O total de assalariados tamb�m aumentou em 2012, na compara��o com o ano anterior, com varia��o de 2,2%. O assalariamento no setor privado (2,9%) foi respons�vel por esse crescimento, tendo em vista que, no emprego p�blico, o total de assalariados teve retra��o de 0,8%. O destaque no setor privado foram os empregos com carteira assinada, com varia��o positiva de 4,1%, enquanto os empregos sem carteira tiveram retra��o de 3,3%.

No conjunto das regi�es analisadas, os rendimentos m�dios de ocupados, por sua vez, tiveram eleva��o de 2,6%, passando para R$ 1.543. Fortaleza, com 4,9%, foi a regi�o com maior aumento do valor dos rendimentos, ficando em R$ 1.030. S�o Paulo (4,2%) aparece em seguida com sal�rios m�dios de R$ 1.695. Tamb�m registraram aumento, Recife (4%, com rendimento m�dio de R$ 1.121), Distrito Federal (3,8%, R$ 2.270) e Porto Alegre (0,6%, R$ 1.561). Os rendimentos diminu�ram em Salvador (-3,8%, R$ 1.071) e Belo Horizonte (-2,5%, R$ 1.460).

Assim como o Dieese e a Funda��o Seade, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) divulga levantamento mensal sobre o desemprego no pa�s. No entanto, as taxas apresentadas nas duas pesquisas costumam ser diferentes, devido aos conceitos e metodologias usados.

Entre as diferen�as, est� o conjunto de regi�es pesquisadas. O Dieese e a Funda��o Seade n�o calculam o n�mero de desempregados da regi�o metropolitana do Rio de Janeiro. E, na pesquisa do IBGE, n�o est�o inclu�das as regi�es metropolitanas de Fortaleza e do Distrito Federal.