Presidenta recebe sindicalistas dos cinco pa�ses e admite necessidade de �simetria� de espa�os para demandas de empres�rios e trabalhadores
A presidenta Dilma Rousseff se comprometeu ontem (15) a defender a participa��o de representantes dos trabalhadores no Brics. Dilma se reuniu com representantes de centrais sindicais brasileiras e internacionais durante a programa��o da 6� c�pula anual do bloco multilateral que re�ne Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul. �Na pr�xima reuni�o, acho que j� d� para voc�s participarem. Assumo com voc�s esse compromisso�, declarou Dilma, junto � delega��o de dirigentes sindicais do bloco. �� quest�o de simetria. Se os empres�rios podem fazer o seu f�rum, que ocorre em paralelo � reuni�o dos Brics e apresentar propostas, os trabalhadores tamb�m t�m esse direito."
O presidente da Confedera��o Sindical Internacional (CSI), Jo�o Antonio Fel�cio, considera que a postura da presidenta valoriza a negocia��o coletiva. �� um reconhecimento de que, na sociedade, existem duas partes em contradi��o permanente, os empres�rios e os trabalhadores, que devem ter direito ao mesmo espa�o de debate e de proposta�, disse Fel�cio.
�Como presidenta do Brics, ela falar� em especial com o (presidente da R�ssia), Vladimir Putin, que vai suced�-la, para defender o espa�o dos trabalhadores na pr�xima reuni�o�, acrescentou o presidente da CUT, Vagner Freitas, para quem a reuni�o contribuiu para �equilibrar a correla��o de for�as na disputa entre capital e trabalho."
Durante a terceira edi��o do F�rum Brics Sindical, representantes de entidades de trabalhadores haviam elaborado uma declara��o de princ�pios que nortear� a interven��o do movimento sindical nas discuss�es da c�pula. O objetivo dos sindicalistas � assegurar que os acordos de coopera��o entre os pa�ses tenham como contrapartida a observa��o das normas da Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT).
O documento defende �a promo��o do trabalho decente, buscando garantir um piso de prote��o social universal e promover a transi��o do trabalho na economia informal para a formal�, entres outros 11 pontos relacionados a promo��o da igualdade de oportunidades, liberdade de organiza��o, est�mulo a pol�ticas p�blicas distributivas e prote��o da juventude. Leia a �ntegra da Declara��o de Fortaleza.
Para Freitas, da CUT, o bloco representa importante alternativa � l�gica excludente ditada pelos pa�ses capitalistas centrais. �Com mais de 40% dos habitantes do planeta e um quarto do PIB mundial, o bloco precisa ser fortalecido com a participa��o dos trabalhadores, a fim de que haja crescimento com distribui��o de renda e valoriza��o do trabalho.�
Uma das principais preocupa��es do sindicalista � combater a informalidade, por fragilizar os cidad�os nas condi��es de trabalho, impor situa��es prec�rias e desprote��o social � al�m de promover situa��es de desequil�brio em termos de competitividade entre os pa�ses. �Diante da informalidade, da precariedade e da m� distribui��o de renda, consequ�ncias do neoliberalismo na atividade econ�mica nos pa�ses dos Brics, torna-se mais do que necess�ria a unidade do bloco, para que n�o venha a converter-se em algo meramente aduaneiro ou mercantilista como se viu reduzido o Mercosul�, observou o presidente da Uni�o Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah.
Na avalia��o de Divanilton Pereira, secret�rio de Rela��es Internacionais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o Brics pode vir a expressar a resist�ncia dos povos e a constru��o de uma nova perspectiva. �Al�m do sentido geopol�tico, de uma nova configura��o nas rela��es internacionais, este � o momento em que abrimos espa�o para que os interesses da classe trabalhadora sejam respeitados.�
O presidente da For�a Sindical, Miguel Torres, sublinhou que a crise internacional exp�e a fragilidade do atual modelo e torna mais necess�ria a unidade do sindicalismo internacional. �O mundo enfrenta uma das maiores crises econ�mico-financeiras com reflexos negativos sobre a vida dos povos. Os empres�rios acabam de entregar documento aos presidentes do bloco sugerindo a derrubada de barreiras ao com�rcio. Tamb�m queremos entregar a nossa pauta de reivindica��o para debater com os governos o tipo de desenvolvimento que interessa aos trabalhadores dos cinco pa�ses do Brics�, garantiu.
Com informa��es das centrais
CUT / CTB / UGT / For�a Sindical
Por Rede Brasil Atual
Fonte: For�a Sindical