Cria��o de vagas desacelerou em Goi�s e no Brasil, segundo o Minist�riodo Trabalho

A desacelera��o das vendas no com�rcio varejista e a demora na regulamenta��o da terceira edi��o do Programa Minha Casa, Minha Vida contribu�ram para que Goi�s registrasse o pior crescimento em cria��o de vagas de emprego para o m�s de junho nos �ltimos oito anos. Foram gerados 3.522 postos de trabalho, uma retra��o de 44% se comparado ao mesmo per�odo do ano passado.
Mesmo assim, o Estado ficou em sexto lugar na cria��o de empregos com carteira assinada neste ano no Pa�s, com 46.716 vagas, e em nono nos �ltimos 12 meses, com 31.797 vagas, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Minist�rio do Trabalho.
No Brasil, o m�s da Copa do Mundo registrou o menor n�mero de vagas com carteira assinada para os meses de junho em 16 anos. No per�odo, foram gerados 25.363 empregos formais.
Em Goi�s, a demora na regulamenta��o da terceira edi��o do Programa Minha Casa, Minha Vida causou uma lacuna na engrenagem de cria��o de vagas na constru��o civil. Isso porque a fonte de recursos da segunda edi��o do programa j� foi praticamente resgatada. �Sem a regulamenta��o n�o h� como liberar recursos para os novos projetos�, afirma o presidente do Sindicato da Constru��o no Estado de Goi�s, Carlos Alberto de Paula Moura J�nior.
Esse intervalo resultou em um baque para a ind�stria da constru��o. Em junho do ano passado, o segmento foi respons�vel pela gera��o de 1.598 empregos com carteira assinada. J� no m�s passado, registrou saldo negativo de 93 postos de trabalho. Ele acredita que o setor mobilize m�o de obra ap�s a regulamenta��o do programa.
Carlos Alberto lembra ainda que os pagamentos de algumas obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) est�o atrasados, imprimindo encolhimento de algumas empresas. �O mercado de incorpora��o tamb�m est� mais lento, mas o impacto � na cria��o de empregos � muito menor�, diz.
COM�RCIO
Embora o m�s de junho seja considerado um bom m�s de vendas para o com�rcio, al�m de suceder a data comemorativa do Dia das M�es, foram geradas apenas 123 novos empregos em Goi�s, um n�mero quase cinco vezes menor que em junho de 2013.
O superintendente da C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goi�nia, Marco Ant�nio Milharci, afirma que este � o reflexo da crise do com�rcio. Ele explica que o n�vel de endividamento e inadimpl�ncia est� alto, promovendo mudan�as nos crit�rios para libera��o de cr�dito das financeiras. Al�m do fator Copa do Mundo, ele acrescenta que muitos segmentos sofreram com as quedas nas vendas no m�s passado.
Marco Ant�nio critica a pol�tica de tributa��o do governo e a falta de pol�tica para conter a invas�o dos importados asi�ticos. Mesmo em meio a esse cen�rio, afirma que o com�rcio repensa antes de demitir. �O setor est� repensando uma s�rie de fatores para reter talentos, uma delas � retirar a comiss�o e pagar um sal�rio mais justo�, explica. Embora tamb�m com n�meros inferiores ao ano passado, o setor de servi�os foi o que mais empregou: 2.376 novos postos de trabalho.
IND�STRIA
Na contram�o da ind�stria de transforma��o nacional, cujo saldo negativo � de 28.553, Goi�s apresentou um crescimento moderado. O saldo entre demitidos e contratados � de 290 empregos celetistas.
�Percebemos que Goi�s est� crescendo em um ritmo bem menor que o do ano passado, com tend�ncia de curva para baixo�, diz o economista da Federa��o da Ind�stria de Goi�s (Fieg), Cl�udio Henrique de Oliveira. Ele afirma que h� uma expans�o da ind�stria de cosm�ticos e perfumaria, especialmente em Goi�nia e Aparecida de Goi�nia, al�m da consolida��o da ind�stria farmoqu�mica em An�polis. A ind�stria de papel, papel�o, editorial e gr�fica vai de carona nas campanhas pol�ticas e registra contrata��o de 79 postos de trabalho.
No entanto, a ind�stria de produtos aliment�cios, bebidas e �lcool et�lico, com forte base no Estado, sofreu retra��o de 442 postos de trabalho. �Acredito que seja algo pontual em uma ou outra ind�stria do setor�, pondera.
Governo reduz meta de novos postos para 2014
Ap�s uma sequ�ncia de meses desanimadores na atividade econ�mica, o Minist�rio do Trabalho informou ontem que a cria��o de empregos formais no Brasil, no primeiro semestre, teve o pior resultado desde o in�cio da crise financeira internacional, h� seis anos. O m�s da Copa do Mundo teve o menor n�mero de vagas com carteira assinada do m�s de junho em 16 anos, levando o governo a reduzir a meta de novos postos de trabalho neste ano.
De janeiro a junho, foram geradas 588.168 vagas, pior resultado para o per�odo desde 2009. No m�s passado, foram 25.363 empregos formais, desempenho que s� supera junho de 1998. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, afirmou que o fraco desempenho de junho frustrou as expectativas do governo. �Esperava mais, porque n�o havia nenhum indicativo dessa situa��o�, disse.
O setor de transforma��o foi o que mais demitiu no m�s passado (28.553 trabalhadores), indo para o terceiro m�s consecutivo de demiss�es.
No in�cio do ano, Dias acreditava em uma de gera��o de 1,4 milh�o a 1,5 milh�o de vagas. Agora, a proje��o dele � de 1 milh�o de vagas at� 31 de dezembro. �Havia, no in�cio do ano, outra expectativa. N�o havia essa quest�o da ind�stria, por exemplo. Nos tr�s primeiros meses, a ind�stria vinha gerando empregos, o setor automobil�stico batia recorde e havia indicativos de que manter�amos aquele ritmo�, justificou.
Por Karina Ribeiro - O Popular