Empresários goianos estão otimistas

Embora ainda trabalhem de forma precavida, calculando cada investimento na ponta do l�pis, o empres�rio industrial goiano volta a acreditar em uma retomada do crescimento para ainda este ano. O resultado alavanca otimismo neste semestre, ap�s um sentimento de desconfian�a do empresariado no m�s anterior.

A s�cia-propriet�ria da Metalcort, Maria Iracema Alves Riemma, conta que o mercado sofre um desaquecimento desde o m�s de junho, mas que h� uma tend�ncia de revers�o desse quadro a partir do pr�ximo m�s. Ela explica que o mercado est� engrenando, por�m com cautela. �Os clientes est�o um pouco mais cautelosos, indo devagar para observar o mercado.�

PERCEP��O

A percep��o de Iracema vai de encontro com o resultado de pesquisa divulgada ontem pela Federa��o das Ind�strias do Estado de Goi�s (Fieg). O indicador de expectativa da pesquisa foi de 60 pontos, avan�o de 1,9 ponto em rela��o ao m�s anterior. O �ndice aponta o posicionamento do empres�rio em compara��o com os pr�ximos seis meses. O indicador de condi��es, cujo �ndice avalia o sentimento do empres�rio quanto � atual situa��o em compara��o com os �ltimos seis meses, saiu de 44,3, em julho, para 45,5. Conforme metodologia da pesquisa, apenas valores acima de 50 pontos indicam empres�rios confiantes.

De acordo com o economista da Fieg, Cl�udio Henrique de Oliveira, a pesquisa mostra que o empres�rio est� informado sobre as atuais situa��es econ�micas do Pa�s e do mundo e aprova as iniciativas governamentais. �O governo Federal est� trabalhando para incentivar o consumo. Al�m disso, Pa�ses que est�o em crise est�o tentando evitar um desencadear sist�mico.�

Embora o cen�rio seja positivo, um dos problemas que preocupa o empres�rio goiano � tamb�m apontado em v�rios �ndices de pesquisas oficiais: a inadimpl�ncia. Iracema Alves lembra que, embora tenha tido um crescimento na produ��o, este ano, de 21%, o calote de dois grandes clientes fez com que ela acendesse a luz amarela. �Essas eram empresas que nunca deixaram de quitar pontualmente seus compromissos e apresentaram problemas�, afirma.

EMPECILHOS

O presidente do Sindicato das Ind�strias de M�veis do Estado de Goi�s (Sindim�veis), Pedro Silv�rio, lembra de outros empecilhos para uma guinada mais r�pida: ano pol�tico com pouca demanda e as extensas greves de v�rios setores. �Mas tudo isso acredito que seja pontual.�

Prova desse pessimismo rel�mpago est� no planejamento de capacita��o de m�o de obra do setor. Al�m da m�o de obra, os micro e pequenos empres�rios do setor tamb�m devem passar por uma reciclagem na tentativa de consolidar um crescimento a m�dio e longo prazo. Silv�rio ressalta que Goi�s importa 70% dos m�veis. A estimativa � diminuir esse n�mero para 40%.

�No atual momento, as ind�strias do Estado t�m um diferencial. Estamos em um crescimento acima da m�dia entre 10% e 12%�, calcula.

Silv�rio diz que ainda h� muita margem de crescimento. Somente 3% das 1,3 mil ind�strias formais do setor no Estado demonstram capacidade de atuar no mercado atacadista. A perspectiva � de que em menos de um ano as ind�strias moveleiras locais estejam comercializando para as lojas das grandes redes. �Vamos investir em m�quinas e come�ar a inaugurar 11 f�bricas em Senador Canedo.�

Por Karina Ribeiro - O Popular