Expectativa do mercado para o IPCA de 2014 avança para 6,43%

Estimativa volta a se aproximar do teto de 6,5% do sistema de metas. Ao mesmo tempo, previs�o para a alta do PIB deste ano cai para 1,62%.

A estimativa de infla��o do mercado financeiro para este ano subiu na semana passada, ao mesmo tempo em que recuou a previs�o dos economistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, informou o Banco Central nesta segunda-feira (19), por meio do relat�rio de mercado, tamb�m conhecido como Focus. O documento � fruto de pesquisa com mais de 100 institui��es financeiras.

Para 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o IPCA subiu de 6,39% para 6,43%, voltando a se aproximar do teto de 6,5% do sistema de metas de infla��o para este ano. A previs�o chegou a ultrapassar o teto no m�s passado, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa ficou est�vel em 6%.

Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central tanto para 2014 como para 2015 � de 4,5%. Entretanto, h� um intervalo de toler�ncia de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Quando a meta de infla��o � descumprida, o presidente da autoridade monet�ria precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as raz�es que motivaram o "estouro" da meta formal. No come�o do ano, a infla��o avan�ou com mais intensidade por conta do aumento dos pre�os dos alimentos � resultado das condi��es clim�ticas adversas (seca ou excesso de chuvas) no pa�s.

Taxa de juros

O principal instrumento do Banco Central para controlar a infla��o � a taxa b�sica de juros da economia brasileira, a Selic. Ela reflete o custo do dinheiro para empr�stimos banc�rios, com base na remunera��o dos t�tulos p�blicos, e � definida a cada 45 dias pelo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) da institui��o. Para conter a infla��o, o BC vem subindo os juros desde abril do ano passado. At� o momento, foram nove altas consecutivas.

Atualmente, a taxa est� em 11% ao ano. O mercado financeiro manteve a aposta de que os juros n�o subir�o na reuni�o do Copom marcada para o fim deste m�s. Entretanto, os analistas acreditam que a taxa ainda dever� registrar alta at� o fim deste ano, visto que a estimativa para a taxa Selic, no fechamento de 2014, permaneceu em 11,25% ao ano. Para o fechamento de 2015, a previs�o dos economistas para os juros b�sicos ficou est�vel em 12,25% ao ano.

Crescimento do PIB

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, a previs�o dos economistas recuou de 1,69% para 1,62% na �ltima semana. O PIB � a soma de todos os bens e servi�os produzidos em territ�rio brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz.

O crescimento do PIB do pa�s previsto para 2014 continua abaixo do estimado no or�amento federal � de 2,5% � e tamb�m menor que a previs�o (2%) divulgada pelo Banco Central no m�s passado. Para 2015, a perspectiva de expans�o da economia brasileira, feita por analistas do mercado financeiro, subiu de 1,90% para 2%.

C�mbio, balan�a comercial e investimentos estrangeiros

Nesta edi��o do relat�rio Focus, a proje��o do mercado financeiro para a taxa de c�mbio no fim de 2014 ficou est�vel em R$ 2,45 por d�lar. Para o fechamento de 2015, a estimativa dos analistas dos bancos para o d�lar subiu de R$ 2,50 para R$ 2,51.

A proje��o para o super�vit da balan�a comercial (exporta��es menos importa��es) em 2014 permaneceu em US$ 3 bilh�es na semana passada. Para 2015, a previs�o de super�vit comercial ficou est�vel em US$ 10 bilh�es.

Para 2013, a proje��o de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilh�es. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou inalterada em US$ 55 bilh�es.

Por Alexandro Martello - G1