Férias coletivas em montadoras indicam piora de quadro

Al�m das expectativas de empres�rios e associa��es, h� outros sinais referentes ao segundo trimestre que tamb�m apontam para o pouco dinamismo da economia.

A ind�stria automobil�stica est� concedendo f�rias coletivas, as vendas de a�o ca�ram em abril e a confian�a de empres�rios e consumidores segue em patamar bastante baixo, o que, para economistas, desenha um quadro de atividade modesta.

Em entrevista recente ao Valor, o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de A�o (Inda), Carlos Loureiro, afirmou que as vendas de a�os planos devem ter encerrado abril com queda em torno de 9% sobre o m�s anterior e quase 13% abaixo do volume comercializado em igual per�odo de 2013. Segundo Loureiro, o setor automotivo, que responde por cerca de 20% das vendas da entidade, � o maior respons�vel pela retra��o. Segundo dados preliminares, as vendas de novas unidades, entre carros, utilit�rios leves, caminh�es e �nibus, recuaram 9,2% em abril em rela��o ao mesmo m�s de 2013, considerando-se n�meros dispon�veis at� o dia 29. Em mar�o, m�s afetado pela incid�ncia do Carnaval, as vendas ca�ram 15,2% em igual base de compara��o.

A Sondagem da Ind�stria de Transforma��o da Funda��o Get�lio Vargas (FGV) tamb�m mostrou quadro negativo para a ind�stria no segundo trimestre. A confian�a da ind�stria caiu 0,6% em abril, ap�s retra��o de 2,3% em mar�o, menor n�vel desde junho de 2009. A utiliza��o de capacidade instalada tamb�m recuou 0,3 ponto, para 84,1%, sinal de que a produ��o industrial deve cair tanto em abril quando no trimestre, segundo Aloisio Campelo, coordenador de sondagens conjunturais da FGV.

O economista chama aten��o para o aumento do pessimismo entre empres�rios. A parcela dos que projetam piora da situa��o de neg�cios no pr�ximo semestre chegou a 17% em abril deste ano, mais do que os 9,3% em dezembro. "Esse � um �ndice que costuma piorar mais devagar, mas mostra sinaliza��o ruim aos investimentos. � prov�vel que a partir dessa avalia��o empres�rios estejam cancelando ou adiando projetos", diz.

A produ��o prevista para os pr�ximos tr�s meses tamb�m piorou, com queda de 3,7% entre mar�o e abril, segundo a FGV. Enquanto 40,4% dos empres�rios planejavam aumentar a produ��o em dezembro do ano passado, agora apenas 27,1% esperam ampliar a atividade nas f�bricas.

Guilherme Maia, da Votorantim Corretora, afirma que o enfraquecimento das vendas e do setor automobil�stico j� estava em seu cen�rio de atividade para este ano, dado que, desde o fim de 2013, a demanda por esses bens perdeu ritmo, mas a produ��o n�o se ajustou. Por outro lado, Maia relata que a queda geral da confian�a de empres�rios e consumidores - que continuou piorando em abril - foi um movimento inesperado, que coloca vi�s de baixa em suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB). Por ora, a Votorantim trabalha com alta de 1,7% em 2014 e expans�o de 0,5% entre o primeiro e o segundo trimestres, feitos os ajustes sazonais.

Outros �ndices calculados pela FGV referentes ao com�rcio, servi�os e constru��o tamb�m tiveram retra��o no per�odo. A confian�a dos servi�os caiu 3,1% na passagem mensal. J� os �ndices da constru��o e do com�rcio - calculados na compara��o do trimestre terminado em abril com igual per�odo de 2013 - diminu�ram 3,1% e 5,9%, respectivamente.

Por Valor

Fonte: For�a Sindical