FMI diz que alta da Selic é bem-vinda e critica manobras no superávit fiscal

Em relat�rio, Fundo apontou que v� 'eros�o' na estrutura fiscal do Brasil. FMI diz que h� risco de corre��o nos pre�os dos im�veis.

O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) criticou, em seu relat�rio sobre o Brasil divulgado nesta quarta-feira (23), o que chamou de �eros�o� da estrutura fiscal do pa�s, e apontou que a retomada da alta da taxa b�sica de juros, a Selic, � bem-vinda.

De acordo com o fundo, a s�lida estrutura do pa�s, incluindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, foi chave para a manuten��o da estabilidade macroecon�mica por uma d�cada.

�Em anos recentes, no entanto, tem havido uma crescente depend�ncia em ganhos extraordin�rios e �ajustadores� para alcan�ar a meta fiscal�, diz o relat�rio. �Essas a��es e pol�ticas come�aram a minar a credibilidade dessa estrutura e a reverter a tend�ncia de queda da d�vida nacional�.

Dos �ltimos quatro anos, em tr�s o governo se utilizou de manobras cont�beis para buscar atingir a meta fiscal, que inclu�ram, entre outros, a compra, pelo BNDES, de dividendos que a Uni�o teria direito a receber da Eletrobras; a emiss�o de R$ 42,92 bilh�es em t�tulos p�blicos para pagar a sua parte da capitaliza��o da Petrobras (e o posterior recebimento de R$ 74,8 bilh�es da estatal), e o pagamento de dividendos da Caixa e do BNDES.

O FMI sugere, assim, a redu��o da d�vida como propor��o do PIB, e afirma que a inten��o das autoridades de limitar o uso desses �ajustadores� � bem vinda, mas n�o deve ser eventual.

Crescimento potencial

No m�dio prazo, o FMI projeto que o Brasil atinja um crescimento potencial (o chamado crescimento sustent�vel, sem causar infla��o) de 3,5% � abaixo dos cerca de 4,25% previstos em anos recentes e pelo mercado. "Mesmo esse crescimento potencial mais baixo vai requerer investimentos maiores (incluindo na infraestrutura), associados a uma melhora no crescimento da produtividade".

"Sem uma reforma decisiva e completa para impusionar o investimento e a produtividade, o crescimento potencial do Brasil poder� voltar � sua m�dia hist�rica de cerca de 3%", diz o fundo.

Riscos

O relat�rio tamb�m apontou que os riscos dom�sticos tendem a crescer no curto prazo, refletindo uma deteriora��o na rela��o entre infla��o e crescimento. Segundo o fundo, a expectativa de infla��o elevada no m�dio prazo aumentou a vulnerabilidade do Brasil a choques de oferta.

�Mesmo uma retomada moderada na demanda dom�stica pode prevenir a converg�ncia da infla��o. A infla��o elevada por um per�odo prolongado vai afetar a expectativa de infla��o, aumentar a indexa��o e a in�rcia, e aumentar o sacrif�cio para traz�-la de volta � meta�, diz o FMI.

Nesse sentido, o FMI aponta que um aperto monet�rio ajudar� a reduzir as expectativas de infla��o e limitar um potencial �sacrif�cio� da ativadade econ�mica.

�O in�cio de um aperto monet�rio (a alta da taxa b�sica de juros, a Selic) decisivo � bem vindo�, diz o fundo. �O in�cio do ciclo de aperto pelo Banco Central � um passo cr�tico para conter as press�es inflacion�rias�.

O fundo aponta, ainda, que h� risco de uma �corre��o� de pre�os no mercado imobili�rio, que dever� causar efeitos adversos tanto financeiros quanto �reais�.O texto aponta, no entanto, que os grandes bancos do pa�s t�m prote��es �substanciais� contra choques.

Perspectivas

Segundo o relat�rio, as autoridades antecipam uma continua��o da recupera��o econ�mica e uma retomada dos investimentos privados. O texto aponta que os maiores riscos �s perspectivas s�o externos.

�As autoridades apontaram a perspectiva de condi��es financeiras globais mais restritas, incluindo a redu��o do est�mulo monet�rio dos Estados Unidos, como um risco-chave aos mercados emergentes. Quedas acentuadas e prolongadas nos pre�os das commodities, resultantes de uma acentuada desacelera��o da China, e mais dist�rbios ao com�rcio entre parceiros regionais tamb�m s�o considerados riscos-chave�.

Por G1