PEDRO SOARES
DO RIO
TATIANA FREITAS
DE S�O PAULO
Prestes a divulgar uma queda de lucro e de produ��o em 2012 e ap�s meses de press�o de sua diretoria e de investidores, a Petrobras anunciou ontem um reajuste na gasolina e no diesel, que deve injetar R$ 600 milh�es mensais no caixa da companhia e aliviar as perdas com a diferen�a dos pre�os nos mercados externo e interno.
Em negocia��o com o governo desde o ano passado, o reajuste de 6,6% da gasolina nas refinarias da Petrobras ser� o primeiro com impacto ao consumidor desde 2005 -desde ent�o o governo abria m�o da arrecada��o da Cide (tributo federal dos combust�veis) para anular a alta nos postos.
Esse tributo foi zerado no ano passado, logo n�o pode mais compensar reajustes.
O diesel sofreu aumento menor: de 5,4%, tamb�m nas unidades da estatal. Os novos pre�os j� vigoram desde a 0h de hoje.
Como a gasolina recebe uma adi��o de 20% de �lcool (produto com pre�o menor) antes de ser vendida nos postos, o reajuste n�o deve chegar na mesma propor��o aos consumidores. A consultoria CBIE estima alta de 4% dos pre�os nas bombas.
Para o presidente do Sincopetro (sindicato dos donos de postos de combust�vel da cidade de S�o Paulo), Jos� Alberto Gouveia, o aumento dos pre�os ao consumidor ser� "muito pr�ximo" do percentual de reajuste na refinaria.
O Sindicom (sindicato nacional das distribuidoras de combust�veis) tamb�m diz que haver� repasse.
Segundo a Petrobras, "o reajuste foi definido levando em considera��o a pol�tica de pre�os da companhia, que busca alinhar o pre�o dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de m�dio e longo prazo".
O CBIE, por�m, estima que ainda haja defasagem em rela��o aos pre�os internacionais. Antes do reajuste, a gasolina tinha uma diferen�a de 15%, e o diesel, de 24%.
Adriano Pires, s�cio da consultoria, diz que o aumento veio para dar uma "boa not�cia ao mercado", pois o lucro deve cair 15%, e a produ��o 3%, em 2012. O balan�o sai na pr�xima semana.
Desde 2012, a Petrobras amarga fracos resultados e sua presidente Gra�a Foster negociava intensamente com o governo o reajuste.
Para Pires, o aumento s� foi poss�vel agora porque houve queda do pre�o da energia el�trica, que trar� al�vio � infla��o e compensar� o aumento da gasolina.
"O governo sangrou a Eletrobras [que vai receber menos pela energia gerada] para salvar a Petrobras."