At� 2015, 204 mil vagas ser�o abertas em �reas de forma��o espec�fica
A competitividade da ind�stria nacional depende, entre outros sen�es, de um profissional dif�cil de se achar: com forma��o t�cnica em �reas que exigem dom�nio de computa��o e matem�tica aplicada. At� 2015, segundo levantamento do Senai, o pa�s precisar� ocupar 204 mil novas vagas com esse perfil, em campos como desenho mec�nico CAD, mecatr�nica, sistema de informa��o, eletr�nica industrial e solu��es de software � ou seja, quase 20% do 1,1 milh�o de t�cnicos que a ind�stria prev� contratar at� l�.
Hoje, segundo o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, a remunera��o m�dia de quem entra no setor � de R$ 2.100, chegando a R$ 6 mil aos dez anos de carreira. E, no cen�rio que se avizinha, continua ele, a tend�ncia � de sal�rios cada vez mais promissores. Profissionais com forma��o de 800 a 2.000 horas, que h� quatro anos ocupavam 10% das vagas na ind�stria, agora det�m 18%.
� Se compararmos o tri�nio 2012-2015 com o anterior, a expectativa � de aumento de 24% na demanda por t�cnicos, pois os complexos fabris v�m passando por uma expans�o tecnol�gica e exigem mais qualifica��o � alerta Lucchesi.
At� mesmo o perfil de profiss�es tradicionais, como tornearia e ferramentaria, est� mudando. Essas atividades deixaram de ser mec�nicas e passaram a ser executadas em m�quinas que exigem conhecimento matem�tico e de computa��o. Brendon Filardi, 19 anos, j� fez o curso de tornearia CNC e est� terminando o de fresagem a CNC no Senai. Ano que vem, j� come�a a trabalhar, mas quer fazer ainda mais um curso t�cnico, o de mec�nica, para depois cursar a faculdade de engenharia:
� A fresagem a CNC se baseia em comandos num�ricos. Tenho habilidade para matem�tica, e os sal�rios pagos para a atividade me atraem.
Carlos Eduardo Villanova, 20 anos, j� fez o curso de ferramentaria no Senai e est� concluindo o de t�cnico em mec�nica na Faetec. Ano que vem, come�a a trabalhar e tamb�m pretende ingressar na faculdade de engenharia mec�nica.
� Quis ter forma��o para entrar logo no mercado. H� muitas oportunidades � vista.
Segundo Lucchesi, � a necessidade de inova��o que impulsiona a mudan�a de perfil da ind�stria brasileira:
� O processo inovativo � global. At� 2015, os investimentos na ind�stria brasileira v�o superar US$ 600 bilh�es, tendo como setores l�deres os de petr�leo e g�s, constru��o civil, alimentos e minera��o.
Conhecimento de ch�o de f�brica
De acordo com os dados do Mapa do Trabalho Industrial 2012, elaborado pelo Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Brasil ter� n�o s� que formar 1,1 milh�o de trabalhadores em n�vel t�cnico e em �reas de m�dia qualifica��o para atuar em profiss�es industriais at� 2015 � outros 6,1 milh�es dever�o ser requalificados para acompanhar os avan�os tecnol�gicos da ind�stria.
O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, explica que, apesar do aumento da demanda por engenheiros, a maior parte das vagas da ind�stria � formada por profissionais de ch�o de f�brica. Segundo ele, 53% dos empregados do setor t�m curso profissionalizante de menos de 200 horas; 26% t�m forma��o de 200 a 400 horas; 18% t�m curso de n�vel t�cnico de 800 a 2.000 horas e 3% t�m forma��o universit�ria.
Anderson Sacarassa, dono da Ind�stria Pedro II, na regi�o de Baur� (SP), que presta servi�os de usinagem para grandes empresas, como Volvo e Embraer, ressalta a import�ncia de profissionais t�cnicos cada vez mais qualificados. Na sua ind�stria, as m�quinas precisam ser programadas para executar as tarefas. Ele mesmo tem forma��o em tornearia tradicional e CNC e foi, inclusive, competidor pelo Senai, em 1995, na Fran�a, da WorldSkills, campeonato internacional de educa��o profissional. O hoje industrial ganhou, na �poca, medalha de ouro.
� Todos os meus gerentes e supervisores come�aram como aprendizes e hoje s�o profissionais que est�o cursando ou s�o formados em engenharia. Mas quando pegamos algu�m no mercado que n�o passou por essas etapas anteriores, a opera��o n�o d� certo, pois ele tem dificuldade de entender todo o processo de fabrica��o e portanto de delegar as tarefas.
Ainda segundo o Mapa do Trabalho Industrial, haver�, no pr�ximo tri�nio, oportunidades em 177 ocupa��es. Entre as de n�vel t�cnico, o t�cnico de controle da produ��o lidera o ranking, com demanda de 88.766 profissionais, seguido de t�cnicos em eletr�nica com 39.919, e de t�cnicos de eletricidade e eletrot�cnica, com 27.972.
Entre as ocupa��es que precisam de cursos profissionalizantes com mais de 200 horas, a maior demanda est� no setor de alimentos � 174,6 mil trabalhadores entre 2012 e 2015 no pa�s. O pa�s precisar� de 88,6 mil operadores de m�quinas para costura de pe�as do vestu�rio e 81,7 mil preparadores e operadores de m�quinas pesadas para a constru��o civil. A maior necessidade por profissionais capacitados nesses dois grupos se concentra nas regi�es Sul e Sudeste, especialmente em S�o Paulo, Minas, Rio, Rio Grande do Sul e Paran�. A demanda por regi�o � de 4,13 milh�es (57,6%) no Sudeste; 1,5 milh�o (20,9%) no Sul; 854,5 mil (11,9%) no Nordeste; 383,5 mil (5,5%) no Centro-Oeste; e 294,8 mil (4,1%) no Norte.
Come�a a Olimp�ada do Conhecinento
Para quem quer conhecer um pouco mais sobre as atividades e as inova��es da ind�stria nacional, de quarta a s�bado estar� aberta ao p�blico a Olimp�ada do Conhecimento � uma competi��o bienal promovida pelo Senai e pelo Senac. Seu lan�amento ser� amanh�. O torneio, que chega este ano � s�tima edi��o, ser� no Pavilh�o do Anhembi, em S�o Paulo. No total, 640 jovens de 54 cursos t�cnicos e profissionalizantes participar�o de provas que simulam desafios do dia a dia do trabalho.
A Olimp�ada � uma prepara��o para o WorldSkills, competi��o internacional que ter� sua 42� edi��o em 2013, na cidade de Leipzig, na Alemanha. Chamar a aten��o para a import�ncia do ensino profissionalizante � um dos objetivos do evento.
Por Luciana Calaza - O Globo