IPCA fecha o m�s de julho em -0,23%, o menor resultado nos �ltimos sete anos. O INPC ficou em -0,61%

Goi�nia registrou em julho a maior queda de pre�os entre as 11 regi�es pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A infla��o oficial foi de -0,23% para fam�lias com renda de at� 40 sal�rios m�nimos (IPCA), o menor resultado dos �ltimos sete anos. Para aquelas com menor remunera��o (at� cinco sal�rios, INPC), o �ndice foi de -0,61%.
As redu��es s�o gra�as � desacelera��o nos valores dos alimentos (-0,66%), ao recuo da tarifa do �nibus municipal (-4,93%) e � queda na taxa de �gua e esgoto (-2,02%).
Mas enquanto os �ndices mostram que houve al�vio no or�amento no m�s passado, na pr�tica, os consumidores n�o conseguem sentir os efeitos da retra��o dos pre�os.
Alguns motivos explicam esse descompasso, esclarece o economista Everaldo Leite. Primeiro, � preciso considerar que a infla��o acumulada ao longo de muitos anos corr�i sobremaneira os sal�rios dos goianienses, que, na m�dia, s�o baixos. S� este ano, de janeiro a julho, o IPCA apresentou alta de 2,56%.
Depois, existe um grande comprometimento da renda das fam�lias (com financiamentos, empr�stimos e compras parceladas), que restringe o poder de compra do consumidor, tornando-o ainda mais suscet�vel � alta de pre�os.
Al�m disso, pesa o fato de o custo Brasil ser muito alto e, por isso, o valor dos produtos no Pa�s ser demasiadamente elevado, o que colabora para que o consumidor n�o perceba as pequenas redu��es registradas pelos �ndices do IBGE, analisa o economista.
A presidente da Associa��o das Donas de Casa de Goi�s (ADC-GO), Jacy Ribeiro de Moura, compartilha desta opini�o. Ela cita o exemplo do quilo do feij�o, cujo pre�o baixou 2,71% no m�s passado, mas continua num patamar alto, em torno de R$ 5,00. �O leite tamb�m est� muito caro, mas ainda � poss�vel encontrar promo��es. J� os produtos de limpeza n�o t�m muita op��o�, frisa Jacy, que sugere que o consumidor fa�a pesquisas de pre�os e d� prefer�ncia para estabelecimentos perto da resid�ncia ou do trabalho.
PROGN�STICO
Embora a infla��o tenha desacelerado nos �ltimos meses, alguns fatores podem pressionar a alta de pre�os neste segundo semestre. Carne e leite, que t�m grande peso no consumo do goianiense, devem passar por uma escalada de altas devido ao per�odo de entressafra. Al�m disso, a alta do d�lar pode provocar aumento nos custos das grandes empresas (devido aos insumos) e repasse de valores para bens de consumo, como eletr�nicos, o que vai atingir de cheio as compras de fim de ano, esclarece o economista Pedro Raffy, que � professor de economia da Universidade Mackenzie de S�o Paulo.
Os estudiosos mais otimistas levantam a expectativa de que o custo de vida este ano seja menor do que a de 2012 - 5,40%, segundo IPCA -, mas acima do centro da meta do governo, de 4,5%.
�Terminar o ano com a infla��o mais baixa n�o significa que seja um bom resultado. Com o PIB crescendo pouco, a estabilidade dos pre�os pode ser um efeito da estagna��o da economia�, observa o professor Pedro Raffy.

Por L�dia Borges - O Popular