Infla��o ser� mais baixa em maio e junho, diz ministro da Fazenda. Segundo ele, governo n�o mudar� crit�rios de avalia��o da infla��o.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou nesta quarta-feira (23) que o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a infla��o oficial do pa�s, n�o vai superar a marca de 6,5% neste ano - que � o teto do sistema de metas brasileiro para 2014.
"Nos temos que diferenciar entre a infla��o em doze meses, quando voc� pega a infla��o no seu pico, no per�odo mais forte, que pode ate ultrapassar 6,5%. Mas depois ela diminui, arrefece. Eu tenho certeza que vamos terminar o ano [de 2014] dentro do limite de 6,5%. N�o vamos ultrapassar o limite de 6,5%", declarou o ministro a jornalistas ap�s evento na Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI).
Mercado v� IPCA acima do teto do sistema de metas
Segundo dados coletados pelo Banco Central na semana passada, a expectativa dos analistas do mercado financeiro para o IPCA deste ano, passou de 6,47% para 6,51%. O relat�rio do BC � fruto de pesquisa com mais de 100 institui��es financeiras. Esta foi a primeira vez que o mercado projetou uma infla��o acima do teto brasileiro.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central, para 2014 e 2015, � de 4,5%. Entretanto, h� um intervalo de toler�ncia de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Quando a meta de infla��o � descumprida, o presidente da autoridade monet�ria precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as raz�es que motivaram o "estouro" da meta formal. No come�o do ano, a infla��o avan�ou com mais intensidade por conta do aumento dos pre�os dos alimentos � resultado das condi��es clim�ticas adversas (seca ou excesso de chuvas) no pa�s.
Infla��o mais baixa em maio e junho
O ministro tamb�m repetiu que o Brasil passa por um "per�odo de eleva��o inflacion�ria", o que j� estava, ainda de acordo com ele, "previsto", mas acrescentou que a infla��o deve recuar nos pr�ximos meses.
"Todo ano acontece esse processo. � sazonal, mas tem a ver com condi��es metereol�gicas. Esse ano nos temos menos chuvas, e isso fez com que subissem alguns produtos, principalmente hortifrutigranjeiros. Mar�o subiu, abril tamb�m, mas j� come�a a baixar o hortifrutigranjeiro. A boa not�cia � que seguindo a trajet�ria de todos os anos, voc� tem dois meses de press�o inflacion�ria. Em seguida a infla��o come�a a recuar. Maio e junho ela ser� mais baixa", disse o ministro.
Ele observou que sempre haver� "algum produto" que tem alguma sazonalidade, ou seja, que pressiona um pouco a infla��o, pois est�, por exemplo, na entressafra, mas declarou tamb�m que a "maioria dos produtos" estar� se reduzindo seu pre�o ao longo dos pr�ximos meses.
Sem mudan�a nas metas de infla��o
O ministro tamb�m afastou a possibilidade de mudar o crit�rio de acompanhamento da infla��o pelo sistema de metas brasileiro - retirando, por exemplo, os alimentos e a gasolina da conta.
"N�o h� nenhuma mudan�a nos crit�rios de avalia��o da infla��o. O governo n�o est� estudando mudar os �ndices ou os crit�rios de avalia��o da infla��o. Ela n�o procede. Quem faz isso � os Estados Unidos, que retiram alimentos e combust�vel do �ndice principal. N�o fazemos isso e continuaremos da mesma maneira, usando os mesmos crit�rios", afirmou Mantega.
Mistura do �lcool na gasolina
Questionado se o governo pretende aumentar a mistura do �lcool na gasolina, atualmente em 25%, para baixar o pre�o do produto, Mantega declarou que isso "sempre � poss�vel", mas acrescentou que, neste momento, o governo n�o est� cogitando essa possibilidade.
"Estamos no per�odo em que o etanol aumenta sua produ��o. Estamos come�ando a safra do etanol. Quando entrar essa safra, vai reduzir o pre�o do etanol e dos combust�veis. Vai acontecer em maio e junho. Isso vai ajudar a baixar a infla��o. Entre maio e junho, teremos o menor pre�o de etanol e, portanto, o menor pre�o da gasolina", disse ele.
Por Alexandro Martello - G1