Inflação perdeu força, mas segue acima da meta, aponta BC

Meta do governo para a infla��o � de 4,5% para este ano.  Expectativa do mercado � que BC reduza ritmo de alta da Selic.

O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central afirmou nesta quinta-feira (5), em ata da sua �ltima reuni�o, que elevou a taxa de juros para 10%, que a proje��o para a infla��o deste ano caiu, mas permanece acima da meta do governo, de 4,5% .

"A proje��o para a infla��o de 2013 diminuiu em rela��o ao valor considerado na �ltima reuni�o, por�m, permanece acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN)", diz o BC na ata.

(Corre��o: ao ser publicada, esta reportagem informou incorretamente que o BC havia retirado da ata o trecho "O Copom entende ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condi��es monet�rias ora em curso". A frase deixou de ser destacada na ata, como nas edi��es anteriores, mas continua no texto. A reportagem foi corrigida �s 9h26.)

Para 2014, a proje��o se manteve est�vel no cen�rio de refer�ncia (que considera taxas de c�mbio e juros est�veis), acima da meta de 4,5%. Para o terceiro trimestre de 2015, a infla��o tamb�m se posiciona acima da meta.

Juros

Ap�s elevar seis vezes a taxa b�sica de juros, o Copom manteve a avalia��o de que a pol�tica monet�ria (defini��o dos juros b�sicos da economia) segue "especialmente vigilante", de modo a minimizar riscos de que n�veis elevados de infla��o, como o observado nos �ltimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a pol�tica monet�ria.

No documento, o BC tamb�m manteve a avalia��o de que considera apropriada "a continuidade do ritmo de ajuste das condi��es monet�rias ora em curso". A frase, no entanto, perdeu destaque no texto.

Por�m, acrescentou a seguinte observa��o: "Ao mesmo tempo, o Comit� pondera que a transmiss�o dos efeitos das a��es de pol�tica monet�ria para a infla��o ocorre com defasagens".

A taxa b�sica da economia vem subindo desde abril, quando estava em 7,25% ao ano (m�nima hist�rica). At� o momento, foram seis eleva��es seguidas que, ao todo, somaram 2,75 pontos percentuais � visto que a taxa est�, atualmente, em 10% ao ano.

O mercado financeiro acredita, at� o momento, em duas novas altas de juros em 2014, sendo a primeira delas justamente em janeiro do ano que vem. Entretanto, os pr�prios analistas j� preveem uma redu��o do ritmo de crescimento do juro b�sico.

A expectativa � de que o Copom suba a taxa Selic, em janeiro, de 10% para 10,25% ao ano � uma eleva��o de 0,25 ponto percentual (metade do ritmo implementado nos �ltimos meses). A outra eleva��o aconteceria, na estimativa dos analistas do mercado, somente em dezembro do ano que vem � quando a taxa subiria para 10,50% ao ano, patamar no qual encerraria 2014.

Comunicado do Copom

No comunicado divulgado ap�s a reuni�o do Copom, na semana passada, a autoridade monet�ria alterou um pouco o discurso ao retirar a avalia��o de que a alta de juros contribuiria para "colocar a infla��o em decl�nio e assegurar que essa tend�ncia persista no pr�ximo ano". Essa frase constava nos �ltimos quatro comunicados (reuni�es entre maio e outubro deste ano).

Repasse da alta do d�lar

O Copom manteve a avalia��o, por�m, de que a alta do d�lar e a volatilidade (sobe e desce) da taxa de c�mbio, verificadas nos �ltimos trimestres "ensejam uma natural e esperada corre��o de pre�os relativos" (alta da infla��o).

"Para o Comit�, esses movimentos nos mercados dom�sticos de divisas, em certa medida, refletem perspectivas de transi��o dos mercados financeiros internacionais na dire��o da normalidade, entre outras dimens�es, em termos de liquidez (quantidade de d�lar dispon�vel) e de taxas de juros. Importa destacar ainda que, para o Comit�, a citada deprecia��o cambial constitui fonte de press�o inflacion�ria em prazos mais curtos. No entanto, os efeitos secund�rios dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada condu��o da pol�tica monet�ria", repetiu o BC

Metas de infla��o

Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pr�-estabelecidas, tendo por base o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

Para 2013 e 2014, a meta central de infla��o � de 4,5%, com um intervalo de toler�ncia de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem afirmado, por�m, que a infla��o teria queda neste ano frente ao patamar registrado em 2012 (5,84%) e novo recuo no ano de 2014.

Por Alexandro Martello - G1