Apesar da frequente resist�ncia em falar publicamente sobre juros, a presidente Dilma Rousseff foi categ�rica em dizer na noite dessa ter�a-feira (23) que as taxas v�o "continuar subindo e descendo" no Brasil. Ela atrelou � varia��o � necessidade de se adequar aos padr�es internacionais.
"Esse pa�s tem de crescer acelerado. Para ele crescer acelerado ele tem que ser competitivo, da� porque fizemos um grande esfor�o, do in�cio do governo at� hoje.
Primeiro, n�s reduzimos os juros brasileiros para patamares aceit�veis. Reduzir os juros para patamares menores n�o significa que ele n�o suba e n�o des�a, n�o suba e n�o des�a.
Ele vai continuar subindo e descendo, mas ele vai fazer isso num n�vel mais adequado para os padr�es internacionais e portanto para mais competitivo", declarou durante discurso no II Encontro dos Munic�pios com o Desenvolvimento Sustent�vel, em Bras�lia.
Na semana passada, o Copom (Comit� de Pol�tica Monet�ria), do Banco Central, subiu a taxa b�sica de juros (a Selic) para 7,5% ao ano (estava em 7,25%). Foi a primeira vez que os juros sobem desde julho de 2011.
A declara��o da presidente foi dada a uma plateia repleta de prefeitos nesta noite.
No in�cio da tarde, contudo, Dilma havia afirmado a jornalistas que n�o fala de juros para que suas palavras n�o fossem "distorcidas". "N�o vou falar sobre coisas que n�o quero ver distorcidas", disse, sem citar o epis�dio da �frica do Sul no final de mar�o.
Na ocasi�o, Dilma afirmou n�o acreditar numa pol�tica de combate a infla��o que comprometesse o crescimento do pa�s. O mercado financeiro interpretou a fala como leni�ncia em rela��o ao combate �s altas dos pre�os.
A presidente reagiu dizendo que houve "manipula��o" de sua fala e que "o combate � infla��o � um valor em si mesmo e permanente do governo".
A presidente voltou a falar sobre infla��o na noite desta ter�a, ao dizer que � preciso rigor or�ament�rio e cuidado com as contas p�blicas.
"Garanto que as contas fiscais brasileiras sejam est�veis, eu tenho de garantir tamb�m que a infla��o nesse pa�s esteja sob controle, ent�o eu tenho um or�amento dado e regras bem claras, n�o posso criar despesa sem apontar receita, e isso cria para o governo federal regras bem claras de gest�o dos recursos p�blicos."
Para Dilma, o Brasil � "est�vel", mas precisa "ser competitivo".
Por Fernanda Odilla - Folha de S.Paulo