O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu sexta (28) que o Brasil ter� ainda de enfrentar desafios para manter o crescimento econ�mico, nos pr�ximos anos, e um deles � o aumento dos investimentos em infraestrutura. Ele prev�, no entanto, uma melhora no ritmo de evolu��o do setor, com alta de 7% na m�dia anual de investimentos at� 2022 - taxa acima da m�dia de 6,2%, registrada entre 2003 e 2013.
�O carro-chefe do crescimento ser� o investimento�, prev� ele, citando entre as �reas que considera fundamentais neste sentido: os setores de infraestrutura - com melhoria das condi��es de log�stica -, energ�tico, da constru��o e da ind�stria automobil�stica, al�m do �capital humano�. Mantega tamb�m sinalizou que o governo continuar� estimulando o consumo interno, embora com menos vigor, e manifestou a expectativa de o pa�s voltar a ter um mercado de capitais mais atrativo.
O passo no sentido de fazer o setor de infraestrutura deslanchar, segundo o ministro, j� foi dado com as concess�es, que continuar�o em andamento. No caso das rodovias, as obras dever�o ganhar maior visibilidade a partir do segundo semestre, conforme apontou. Ele mencionou ainda que, no setor petrol�fero, s� o Po�o de Libra , um dos maiores reservat�rios do mundo, vai envolver recursos de US$ 80 bilh�es em dez anos. Em 35 anos, calcula, os recursos chegar�o a US$ 200 bilh�es.
Para o ministro, os efeitos da crise internacional de 2008 est�o no final. �Estamos no limiar de um novo ciclo de expans�o da economia�, avaliou. Para ele, o impacto dessa crise foi um dos mais fortes desde a 2� Guerra Mundial, que levou a uma expans�o das economias avan�adas a um ritmo menor, em torno de 2% a 2,5%, ante um crescimento bem maior das economias de pa�ses emergentes, com destaque para a China e a �ndia.
Segundo o ministro, a China acumulou um aumento de 66% no Produto Interno Bruto (PIB), de 2008 a 2013, seguida pela �ndia, com 43%. O Brasil ficou em quinto lugar, com a m�dia de 3% ao ano, no mesmo per�odo. E entre os pa�ses do G20, lembrou, o Brasil teve o melhor superavit prim�rio, com aumento m�dio de 2,9%.
Embora reconhe�a existirem press�es inflacion�rias, com a alta de pre�os dos alimentos como consequ�ncia, por exemplo, da valoriza��o de commodities (produtos b�sicos com cota��o internacional na Bolsa de Chicago; principalmente alimentos agr�colas e min�rios), o ministro mant�m a previs�o de uma infla��o neste ano em sintonia com a meta. Segundo ele, "a infla��o n�o vai estourar a meta", cujo centro � de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O mercado financeiro e o pr�prio Banco Central apontam para n�veis muito pr�ximos do teto de 6,5% . Mantega prev�, por�m, um crescimento do consumo interno em ritmo menor, o que ajuda a arrefecer as press�es inflacion�rias.
Para ele, o mercado de capitais � que ir� alimentar, em grande medida, a capacidade de investimentos, com tend�ncia de crescimento no movimento de abertura do capital das empresas. Al�m disso, observou que �h� um forte apetite por aplica��es [no mercado financeiro] no Brasil�, o que mostra, na avalia��o dele, confian�a no potencial da economia brasileira. Tem ocorrido demanda maior do que a oferta pelos t�tulos brasileiros, destacou ele, pelos pap�is com vencimento de longo prazo.
Ele fez essas afirma��es durante aula magna na Escola de Economia da Funda��o Getulio Vargas, onde foi homenageado pelo longo tempo que est� � frente da condu��o da economia do pa�s. No dia de hoje, Mantega completa oito anos de atua��o � frente do Minist�rio da Fazenda.
Por Marli Moreira - Ag�ncia Brasil