Preocupado com o ritmo fraco dos investimentos, que devem ter registrado, no terceiro trimestre, a quinta queda consecutiva, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse � Folha que o governo vai tomar mais medidas "pr�-crescimento" da economia.
Entre elas, anunciou a prorroga��o por mais um ano do PSI (Programa de Sustenta��o do Investimento), a inclus�o de novos setores na lista dos beneficiados pela desonera��o da folha de pagamento e a concess�o ao setor privado dos aeroportos do Gale�o (RJ) e de Confins (Grande Belo Horizonte).
"N�s vamos prorrogar o PSI, incluir novos setores na lista da desonera��o da folha e lan�ar programas de investimento nos setores portu�rio e de aeroportos", disse o ministro da Fazenda � Folha.
O PSI, programa do BNDES que financia compras de bens de capital e tem hoje taxa de juros negativa (menor que a infla��o), vence no fim deste ano. Sua renova��o era reivindicada pelos empres�rios sob o argumento de que s� agora, com o in�cio da recupera��o da economia, eles come�aram a planejar investimentos em expans�o.
Ou seja, o programa poderia deixar de existir exatamente no momento em que as empresas v�o come�ar a precisar mais dele para financiar a amplia��o de seus neg�cios produtivos.
A meta, diz Mantega, � transformar os investimentos no "carro-chefe" da economia, crescendo 8% em 2013 e 12% em 2014, recuperando-se do tombo deste ano -quando devem recuar cerca de 3%.
PIB 'NADA ESPETACULAR'
Com isso, disse, o governo quer garantir que seja sustent�vel a retomada do crescimento da economia brasileira. Ele prev� que o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que ser� divulgado amanh� pelo IBGE, subir� pelo menos 1%.
"Fico satisfeito com qualquer n�mero de 1% a 1,3%. Se for 1%, ser� um crescimento anualizado de 4%", afirmou Mantega.
Ele admite ser um resultado "nada espetacular", mas destaca que � um "crescimento gradual".
O PIB brasileiro cresceu 0,4% de abril a junho, ap�s ter expans�o de 0,1% nos dois trimestres anteriores. No terceiro trimestre de 2011, a economia encolheu 0,2%.
Mantega n�o quis antecipar quais setores ser�o inclu�dos na lista da desonera��o da folha de pagamento. "Vamos anunciar novos setores. A generaliza��o da desonera��o � um processo que vai ocorrer ao longo do tempo, de modo que, em algum momento, ela ser� plena."
Por Valdo Cruz e Sheila D'Amorim - Folha de S.Paulo