Mesmo com queda nas vendas, preços de carros sobem em média R$ 2,7 mil

Levantamento da Oikonomia mostra que brasileiro pagou na m�dia R$ 47,8 mil em ve�culo novo neste ano, alta de 6%

Mesmo com as vendas de ve�culos tendo ca�do 7,3% entre janeiro e junho, o pre�o dos zero quil�metros subiu no mesmo per�odo, mesmo com a redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). De acordo com um levantamento feito pela consultoria Oikonomia, o pre�o m�dio dos autom�veis aumentou 6% no primeiro semestre deste ano, ou R$ 2,7 mil, para R$ 47,8 mil. Um ano antes, o valor m�dio estava em R$ 45,1 mil. O movimento de alta tem ajudado as montadoras a compensar parte da forte retra��o da demanda.

De acordo com o estudo, o faturamento das montadoras caiu, mas n�o na mesma propor��o que as vendas. O recuo foi de 3%, no mesmo per�odo, segundo a Oikonomia.

� Quando as vendas est�o em queda, a montadora aumenta o pre�o. Isso ocorre para que ela cumpra o seu plano de neg�cios (business plan) financeiro apresentado � matriz � explicou Raphael Galante, consultor da Oikonomia.

O maior descasamento entre as curvas de vendas e faturamento, de acordo com a consultoria, � da Ford. A receita foi de R$ 7 bilh�es em seis meses, uma eleva��o de 5,4%, sentido oposto � redu��o de 7,5% nas vendas da montadora. Procurada, a Ford disse n�o reconhecer os n�meros usados na pesquisa e, por isso, n�o quis comentar. A Oikonomia esclareceu, por sua vez, que os n�meros est�o nos balan�os divulgados pela Fenabrave.

A Anfavea, associa��o que representa as montadoras instaladas no Brasil, reconhece que houve aumento de pre�os no primeiro semestre, mas atribui esse reajuste � volta de parte do IPI, em dezembro (de zero para 3% nos carros de at� 1000 cilindradas); � obrigatoriedade, desde janeiro, do airbag e freio ABS nos ve�culos que saem da f�brica e, ainda, � maior venda de carros acima de 1000 cilindradas, cujos valores s�o mais altos, elevando a m�dia de pre�os. Sobre o aumento do faturamento, no entanto, a Anfavea n�o comentou.

Para a ag�ncia Autoinforme, que acompanha a infla��o nas concession�rias, o pre�o dos autom�veis subiu 4% apenas no primeiro trimestre como resultado do aumento do IPI e pelo repasse dos custos dos equipamentos de seguran�a, como o airbag.

Galante, da Oikonomia, tamb�m aponta a recomposi��o de parte do IPI e a entrada do airbag como fatores de eleva��o de parte do pre�o ao consumidor. Mas frisa que h� uma forte resist�ncia das montadoras em reduzir suas margens de lucro.

� Ocorre que o mercado n�o est� mais aceitando as eleva��es de pre�o e para de comprar. Prova disso � a grande quantidade de concession�rias fechando as portas � afirmou.

Em 2013, a Oikonomia j� havia registrado o mesmo movimento de alta no faturamento mesmo com queda nos emplacamentos de novos ve�culos. Nas contas da consultoria, a receita das montadoras no Brasil cresceu R$ 3,3 bilh�es em 2013, para R$ 161,3 bilh�es, mesmo com o recuo de 1,6% nas vendas durante o ano.

Por Roberta Scrivano e Lino Rodrigues