Mulheres, jovens e a baixa renda estão financiando mais

Balan�o mostra que a Caixa financiou R$ 6,5 bilh�es em 2013, alta de 25% sobre o ano anterior

Os financiamentos imobili�rios liberados em Goi�s s�o, cada vez mais, contratados por mulheres, pessoas jovens (at� 35 anos) e fam�lias da baixa renda (at� 3 sal�rios m�nimos mensais). A informa��o � da Caixa Econ�mica Federal, que divulgou ontem um balan�o das contrata��es nessa modalidade no ano passado. Em 2013, as contrata��es do cr�dito imobili�rio em Goi�s somaram o volume recorde de R$ 6,5 bilh�es, um crescimento de 25% sobre o ano anterior.

A mudan�a no perfil dos mutu�rios reflete mudan�as culturais na sociedade. Em Goi�s, 61% dos financiamentos s�o para mutu�rios com at� 35 anos de idade, �ndice que era de apenas 51% em 2004. Para a superintendente regional da Caixa, Marise Fernandes de Ara�jo, os jovens est�o mais confiantes nas facilidades de financiamento e procuram esse cr�dito cada vez mais cedo.

De acordo com ela, o programa Minha Casa Minha Vida tamb�m facilitou muito o acesso das fam�lias de baixa renda � moradia pr�pria. Cerca de 44% dos financiamentos e Goi�s foram concedidos para fam�lias com renda de at� 3 sal�rios m�nimos e 51% foram dentro do programa. Marise lembra que isso foi poss�vel porque o MCMV reduziu juros, elevou prazos e deu subs�dios que abriram as portas do financiamento � muitas dessas fam�lias.

MULHERES

Hoje, cerca de 63% dos financiamentos s�o contratados por homens e 37% por mulheres. Vale lembrar que em 2004, elas respondiam por 32% dos financiamentos. �Elas s�o cada vez mais chefes de fam�lia com renda pr�pria para serem titulares dos financiamentos�, destaca a superintendente.

Em 2013, a oficial de justi�a Inara Correa Riccioppo quitou o im�vel que tinha financiado junto � Caixa e financiou um outro melhor, localizado no Parque Amaz�nia. �Achei f�cil financiar os dois im�veis. Reuni toda documenta��o necess�ria e a Caixa cumpriu os prazos que me prometeu�, afirmou Inara, que pretende usar recursos extras, como o 13� sal�rio, para sempre amortizar o saldo devedor e terminar de pagar as presta��es antes do fim do contrato.

Somente em 2013, foram 94 mil unidade habitacionais financiadas. Dos R$ 6,5 bilh�es liberados, R$ 3,39 bilh�es foram de recursos do FGTS e R$ 1,93 bilh�o com recursos da caderneta de poupan�a. Marise tamb�m atribui o crescimento do cr�dito imobili�rio a um n�mero cada vez maior de fam�lias com renda suficiente para contratar um financiamento. Al�m disso, segundo ela, na maioria das vezes a presta��o fica menor que o valor de um aluguel.

A superintendente tamb�m garante que a Caixa tem feito de tudo para facilitar o processo, inclusive simplificando a lista de documentos. �Os atuais s�o exigidos para dar garantia e seguran�a jur�dica ao comprador�, destaca. Segundo ela, a tend�ncia � tamb�m de crescimento do financiamento direto �s construtoras este ano. No ano passado, 41% do total emprestado atendeu a essa modalidade, �ndice que era de apenas 14% em 2007.

FIDELIZA��O

Para o presidente da Associa��o das Empresas do Mercado Imobili�rio de Goi�s (Ademi-GO), Il�zio In�cio Ferreira, n�o apenas a Caixa, mas todos os agentes financeiros incrementaram muitos suas carteiras de cr�dito habitacional, o que resultou num crescimento significativo. �As institui��es j� trabalham com financiamento � produ��o, mas com foco no mutu�rio final. Esse financiamento � a melhor forma de fidelizar o cliente por d�cadas�, alerta.

Mas, para ele, apesar do significativo crescimento, o cr�dito imobili�rio no Brasil ainda � pequeno diante do grande potencial interno e se comparado ao desempenho de outras economias, representando apenas 7% do PIB. �Al�m disso, a demanda por moradia � gigantesca e bem maior que os n�meros apresentados pelo IBGE�, destaca Il�zio. Isso porque h� uma mudan�a cultural, com filhos saindo de casa mais cedo e um grande n�mero de separa��es de casais.

O presidente da Ademi-GO alerta para a necessidade de facilidades de financiamento, com juros menores e prazos maiores, para que a presta��o caiba no bolso do mutu�rio, e o mercado cres�a bem mais.

Por L�cia Monteiro - O Popular