N�o � f�cil ser jovem no atual mercado de trabalho, diz a Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT) no relat�rio Tend�ncias Globais de Emprego para a Juventude, divulgado hoje (8). De acordo com a organiza��o, a fraca recupera��o da economia mundial nos �ltimos dois anos agravou a crise de emprego entre os trabalhadores dos 15 aos 24 anos (de 15 a 18 anos, em condi��o de aprendiz). Essa preocupa��o j� havia sido mencionada pela OIT no �ltimo relat�rio sobre o tema, em janeiro.
Estima-se que atualmente cerca de 73 milh�es de jovens estejam sem trabalho, o equivalente � taxa de desemprego de 12,6% para as pessoas nessa faixa et�ria. A situa��o dos jovens � mais dif�cil nos pa�ses desenvolvidos, atingidos mais intensamente pela crise financeira internacional entre 2008 e 2009, informou a OIT. Em 2012, essa taxa chegou a atingir 54,3% na Espanha, 54,2% na Gr�cia, 38,7% em Portugal, 34,4% na It�lia e 31,4% na Irlanda. De 2008 a 2012, o desemprego de pessoas entre 15 e 24 anos foi 24,9%, em m�dia.
A Espanha registrou recentemente a maior taxa de desemprego desde a d�cada de 1970. Portugal e It�lia tamb�m j� manifestaram preocupa��o em rela��o ao desemprego no continente. Estima-se que o �ndice em rela��o aos jovens n�o caia para menos de 17% antes de 2016 nos pa�ses desenvolvidos.
�Estes n�meros evidenciam a necessidade de enfocarmos pol�ticas que promovam o crescimento, a melhoria da educa��o e os sistemas de qualifica��o, al�m do emprego juvenil�, disse o subdiretor-geral de Pol�ticas da OIT, Jos� Manuel Salazar-Xirinachs.
At� 2018, a taxa de desemprego entre jovens est� projetada para alcan�ar 12,8%, em m�dia, com crescentes disparidades regionais, evidenciadas pela din�mica no mercado de trabalho dos pa�ses em desenvolvimento, como o Brasil. Os dados da organiza��o mostram que o aumento dessa taxa n�o tem ocorrido na Am�rica Latina e no Caribe. Em 2012, o Brasil registrou o �ndice de 13,7% de desemprego entre pessoas de 15 a 24 anos - o menor na s�rie feita pela OIT entre 2000 e 2012. O M�xico e o Chile foram outros pa�ses da regi�o que tiveram taxas comparativamente baixas em rela��o aos demais - 9,7% e 15,8%, respectivamente.
Entre as consequ�ncias do desemprego entre jovens em pa�ses desenvolvidos est�o a desist�ncia dessas pessoas de entrar no mercado de trabalho, a tend�ncia a ser menos seletivos em rela��o ao tipo de emprego que aceitam exercer e a perda de potencial produtivo das economias em geral, que n�o estimulam a for�a de trabalho respons�vel pela sustenta��o do futuro. �A sociedade est� perdendo habilidades valiosas e deixando de crescer produtivamente, o que aconteceria se esses jovens fossem empregados em seu n�vel adequado de qualifica��o�, informou a OIT.
De acordo com a organiza��o, muitos jovens est�o recorrendo a atividades de meio per�odo, assim como a informais. Empregos est�veis, com seguran�a, que foram quase padr�o ente as gera��es anteriores � pelo menos em economias desenvolvidas � t�m sido cada vez menos acess�veis �s gera��es atuais.
Outro ponto problem�tico, segundo a OIT, � a incompatibilidade entre as atividades exercidas pelo jovens e a especializa��o que eles t�m. Em m�dia, 13,7% dos jovens europeus, entre 2000 e 2011, exerceram atividades n�o relacionadas �s �reas em que se especializaram. As taxas de incompatibilidade mais altas em 2011 foram registradas em pa�ses escandinavos, na Finl�ndia (23,3%) e Su�cia (23,1%). A mais baixa foi na Su��a, 1,6%.
Para a OIT, esses profissionais ficam desatualizados e com os conhecimentos defasados, devido ao tempo que passam afastados do mercado de trabalho. �� prov�vel que essas consequ�ncias se agravem quanto mais se prolongue a crise do desemprego juvenil e acarretem custo econ�mico e social � como o aumento da pobreza e o crescimento mais lento, que superar� amplamente o custo da inatividade�, explicou o subdiretor Salazar-Xirinachs.
Por Carolina Sarres - Ag�ncia Brasil