Tombini diz que pode haver press�o de pre�os provocada pelos pa�ses ricos
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que, embora seja desej�vel que a meta de infla��o no Brasil se aproxime do patamar mais baixo de seus parceiros comerciais no longo prazo, a crise internacional n�o permite que esse passo seja dado. Segundo ele, � preciso verificar at� que ponto as iniciativas dos pa�ses desenvolvidos para reanimar a economia n�o provocar�o, em alguns anos, alta forte da infla��o.
"N�s temos que ter a ambi��o de tornar a infla��o mais convergente com a dos nossos parceiros comerciais, pois isso, no m�dio e longo prazos, faria diferen�a. Contudo, no momento, n�s temos que consolidar esse patamar", disse Tombini, referindo-se � meta de infla��o de 4,50% no Brasil. No ano passado, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza a meta oficial, atingiu 6,5%, no teto da banda estipulada pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN). Para este ano, a previs�o � que chegar� a 5,44%, segundo a pesquisa Focus, feita pelo Banco Central, ouvindo analistas financeiros.
"O mundo est� vivendo um processo de grande inje��o de liquidez, especialmente pelos principais bancos centrais", comentou Tombini, que participou de um evento ontem em S�o Paulo. Ele destacou que � preciso avaliar com cuidado se o forte aumento da base monet�ria desses pa�ses n�o provocar� forte alta da infla��o.
Tombini ressaltou uma frase que vem proferindo em palestras fechadas sobre a a��o do BC: "Temos sempre repetido que os ciclos monet�rios n�o foram abolidos no Brasil e que as condi��es monet�rias definidas pelas nossas decis�es obedeceram e obedecer�o sempre � converg�ncia para a meta do cen�rio prospectivo para a infla��o no regime de metas".
"A dificuldade da retomada do crescimento nos pa�ses avan�ados coloca no debate a quest�o do recurso prolongado a taxas de juros negativas e bem abaixo do juro real neutro dessas economias mesmo que isto possa produzir temporariamente uma infla��o mais elevada", apontou Tombini. "Esse debate dos pa�ses avan�ados n�o pode e n�o deve ser transposto para pa�ses emergentes e em particular para o Brasil. N�o estamos correndo o risco de defla��o. Temos de preservar o benef�cio de termos ancorado nossas expectativas de infla��o por meio de pol�ticas robustas e cr�veis."
Tombini afirmou que nos pr�ximos anos a pol�tica monet�ria continuar� a ter como foco a estabilidade de pre�os. "Ap�s 13 anos de ado��o e 8 anos consecutivos em que as metas foram cumpridas, o regime de metas se consolidou e comprovou ser aquele que melhor se adequa � realidade brasileira e a um ambiente global em que os choques t�m sido cada vez mais frequentes e mais intensos", afirmou. "A infla��o no Brasil est� sob controle e se desloca na dire��o da trajet�ria de metas, ainda que de forma n�o linear."
Tombini ressaltou medidas adotadas pelo BC desde a crise de 2008 para ampliar a supervis�o das institui��es financeiras. "Reorganizamos e ampliamos o escopo de atua��o da supervis�o das institui��es financeiras, introduzindo diretrizes e instrumentos mais modernos e eficazes. Com isso, conseguimos aperfei�oar e refor�ar as a��es preventivas, exigindo plano de solu��o de problemas ou mesmo impondo restri��es operacionais."
Por Ricardo Leopoldo e Francisco Carlos de Assis - Ag�ncia Estado
Fonte: Estad�o