Pequena empresa lidera contratações e cria 52% dos empregos formais entre 2000 e 2011

De acordo com estudo organizado pelo Sebrae, os setores de com�rcio e constru��o civil puxaram as contrata��es

Os pequenos empreendimentos se consolidaram nos �ltimos anos � entre dezembro de 2000 at� o mesmo per�odo de 2011 � como os principais empregadores da economia formal no Pa�s, segundo dados in�ditos que ser�o divulgados hoje pelo Sebrae.

O levantamento, feito em parceria com o Dieese, aponta que 52% da m�o de obra no per�odo foi contratada por pequenas empresas, aquelas com faturamento anual de at� R$ 3,6 milh�es. Em pouco mais de uma d�cada, elas foram respons�veis pelo preenchimento de sete milh�es a mais de vagas com carteira assinada e pela gera��o de 15, 6 milh�es de postos de trabalho.

Apesar disso, � vis�vel uma queda na participa��o das pequenas empresas no total de postos de trabalho criados � de 55,4% em 2001 para 51,6% em 2011 (veja gr�fico ao lado). Isso se explicaria pela mudan�a geral da caracter�stica do emprego no Pa�s � a carteira assinada vai dar cada vez mais lugar � figura do colaborador ou prestador de servi�o, segundo Samy Dana, professor de economia da FGV-SP.

Para o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, h� mais aspectos favor�veis do que negativos no relat�rio. �Os efeitos positivos desse crescimento refletem na melhora dos sal�rios. Eles subiram 18%, praticamente o dobro do que o pago pelas m�dias e grandes empresas. � excelente, levando em considera��o que as pequenas empresas s�o a porta de entrada para o jovens no mercado�, explica Barreto.

::: Confira :::
A partir das 14h, os blogueiros do Estad�o PME Pedro Chiamulera e Juliana Motter comentam a pesquisa ao vivo na TV Estad�o. N�o perca.

No mesmo ritmo, trabalhadores de empreendimentos de porte menor com mais de 60 anos, aponta o levantamento, tiveram um incremento de 26% nos sal�rios, o mesmo porcentual de pessoas entre 18 e 24 anos. �S�o mudan�as muito significativas. Por anos o trabalhador que est� perto da aposentadoria amargou a falta de perspectivas profissionais. Mas isso mudou. Hoje, as pequenas empresas j� possuem condi��es de manter um funcion�rio mais experiente com sal�rio mais alto�, ressalta Barreto.

O aumento das contrata��es incidiram principalmente nos setores de constru��o (115%) e com�rcio (81%). Ambos foram beneficiados pelo aumento da renda do brasileiro, que passou a consumir mais, e pela multiplica��o dos programas de incentivo � constru��o da casa pr�pria. No entanto, a distribui��o dessas vagas em territ�rio nacional sinaliza algumas mudan�as muito importantes no Pa�s.

O n�mero de empregos oferecidos ainda � maior no Sudeste, que responde por 51,7% do total de postos de trabalho criados no Brasil desde 2000. Por�m, a regi�o perdeu for�a � houve queda de 3,8 pontos no total de contrata��es com carteira.

�Os custos para se manter a opera��o de uma empresa nas grandes metr�poles � alto. � natural que haja uma migra��o para outras partes do Brasil, onde os custos s�o mais baixos. Em cidades menores, as micro e pequenas s�o a maioria�, explica Samy Dana, professor da Funda��o Get�lio Vargas.

A amplia��o da taxa de contrata��es no Nordeste confirma a tese do economista. A regi�o ampliou de 13,4% para 15,4% o n�mero de postos de trabalho. J� o Centro-Oeste incrementou os sal�rios em 32%.

Expans�o
Na �ltima d�cada, o setor de constru��o civil est� recuperando o f�lego. O segmento, essencialmente dominado por m�dias e grandes empresas, passou a oferecer tamb�m mais oportunidades para os donos de neg�cios de porte menor. Empresas como a do engenheiro Luis Alberto Costa, s�cio da Pil�o Engenharia e Constru��es.

�Quando fundamos a empresa, em 1997, os funcion�rios �ramos n�s mesmos�, conta o empreendedor. Hoje, Luis Alberto e seus dois s�cios dividem as tarefas com mais oito engenheiros, 100 funcion�rios fixos e uma m�dia de outros 200 oper�rios contratados ao longo do ano, de acordo com as demandas. �Nos �ltimos anos houve uma evolu��o enorme e as pequenas empresas, que antes s� sobreviviam prestando servi�os para obras p�blicas, ganharam espa�o ao fazer parcerias com empreendimentos maiores.�

Por Roberta Cardoso - Estad�o