Governo deve focar no sistema educacional do Pa�s para obter bons resultados econ�micos, dizem analistas

A melhoria do sistema educacional, um aumento substancial da intera��o entre o desenvolvimento de tecnologias com o setor privado e at� fatores macroecon�micos, como gest�o mais eficiente no combate � infla��o do Pa�s, s�o elementos apontados por especialistas como essenciais para que o Brasil melhore a produtividade do trabalho.
De acordo com Regis Bonelli, pesquisador do Ibre-FGV, este indicador atingiu uma marca de 1,2% na m�dia anual de 2000 a 2012, considerado por ele como uma marca baixa para um dos maiores pa�ses em desenvolvimento.
Para o ex-Secret�rio de Pol�tica Econ�mica, Marcos Lisboa, um elemento fundamental � repetir a experi�ncia bem sucedida da Embrapa na agricultura em outros setores produtivos.
Segundo ele, a institui��o � �uma ag�ncia p�blica que funciona�, e contribuiu bastante para a evolu��o da tecnologia agr�cola no Cerrado nos �ltimos 30 anos. �Nesse per�odo, enquanto o consumo de insumos, como capital, terras e trabalhadores cresceu 9% a produ��o avan�ou quase 300%�, destacou.
Para Lisboa, a abertura comercial para o setor agr�cola comprar m�quinas e fertilizantes, aliado � produ��o de grandes empresas em alta escala, mais uma pol�tica p�blica que estimulou a concorr�ncia, foram elementos fundamentais para que a produtividade do agroneg�cio subisse 4% ao ano entre 2000 e 2009, um patamar muito elevado.
O professor da Universidade Columbia Jos� Alexandre Scheinkman - assim como todos os pesquisadores ouvidos - ressalta o car�ter da melhora da educa��o para o aumento da produtividade no Brasil Ele pondera que um dos fatores essenciais para atender este objetivo no m�dio prazo � incrementar a qualifica��o dos professores.
Para ele, um outro elemento relevante � aproximar a produ��o tecnol�gica dos centros de pesquisa, boa parte de institui��es de ensino, com empresas privadas. �Al�m disso, � fundamental facilitar os investimentos � inova��o em segmentos relativos � produ��o de computadores.
Pol�ticas de reserva de mercado, derivadas da lei de inform�tica, s� trouxeram atrasos ao desenvolvimento de novos produtos desse setor ao Pa�s nas �ltimas d�cadas�, disse.
DECIS�ES
Na avalia��o de Samuel Pessoa, pesquisador do Ibre-FGV, a produtividade do Pa�s caiu de forma sens�vel desde 2009 por uma s�ria de decis�es adotadas pelo governo. �� preciso fazer o contr�rio de muitas coisas que ocorreram nestes quatro anos. Destaco a pol�tica de desonera��es tribut�rias para o setor privado sem foco, que visou controlar a infla��o�, comentou o professor.
�Outros elementos foram a hipertrofia da concess�o de financiamentos p�blicos pelo BNDES, a mudan�a do marco regulat�rio para a �rea do petr�leo e a redu��o sens�vel da gest�o da transpar�ncia da pol�tica econ�mica�, destacou.
Segundo ele, a a��o clara do poder p�blico sobre quest�es essenciais, como a total liberdade do Banco Central de combater a alta dos pre�os, � essencial para formar expectativas de empres�rios e fam�lias, com impactos diretos sobre investimentos e consumo.
Segundo Bonelli, a melhora significativa da malha de infraestrutura do Pa�s, especialmente em rodovias e portos, tamb�m � muito relevante para tornar mais �gil e menos custosa produ��o do setor privado. Ele destaca que o governo precisa ter uma avalia��o ampla sobre a efici�ncia das pol�ticas p�blicas em v�rios segmentos.
�Uma das maiores dificuldades de quem est� no Poder Executivo � saber quando deve parar com a��es de est�mulo para alguns setores�, apontou. Ele ressalta que a sociedade deveria ter instrumentos de cobran�a de produtividade de institui��es oficiais, como o BNDES, o que poderia ser executado pelo Congresso Nacional.
Fonte: O Popular