Em outubro, IBC-Br avan�ou 0,77%, informou Banco Central nesta sexta. Trata-se da maior expans�o desde abril deste ano, quando subiu 1,38%.
Depois de "encolher" 0,5% entre julho e setembro deste ano, a economia brasileira se recuperou e iniciou o quarto trimestre com a maior alta mensal desde abril, segundo indicam informa��es divulgadas nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central.
O �ndice de Atividade Econ�mica (IBC-Br), calculado pelo BC e que busca ser uma esp�cie de "pr�via do PIB" (Produto Interno Bruto), teve alta de 0,77% em outubro, ap�s ajuste sazonal. � o maior crescimento mensal desde abril deste ano, quando, segundo a s�rie revisada do indicador, o IBC-Br subiu 1,38%.
No acumulado de janeiro a outubro deste ano, ainda de acordo com dados do BC, a pr�via do PIB registrou alta de 2,81%. Neste caso, a compara��o foi feita sem ajuste sazonal � considerada mais apropriada por especialistas.
Dados da Serasa Experian divulgados nesta sexta tamb�m indicam uma recupera��o da economia em outubro. De acordo com o levantamento, a alta ficou em 0,6% no m�s, na compara��o com setembro, puxada pela expans�o de 0,9% na ind�stria e de 0,4% nos servi�os.
Segundo o boletim Focus do Banco Central, divulgado na �ltima segunda-feira (9), o mercado financeiro baixou sua expectativa de alta para o PIB, em 2013, de 2,5% para 2,35%. Para o ano que vem, a estimativa de expans�o econ�mica recuou de 2,11% para 2,10%.
Resultados do IBC-Br X PIB

O IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O �ndice do BC incorpora estimativas para a agropecu�ria, ind�stria e setor de servi�os, al�m dos impostos. Os �ltimos resultados do IBC-Br, por�m, n�o t�m mostrado proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
O resultado do IBC-Br de 2012, por exemplo, mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 0,9% no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, o mesmo aconteceu. Enquanto o IBC-Br registrou uma expans�o de cerca de 1,1% sobre os tr�s �ltimos meses de 2012, o PIB veio menor: com um crescimento de 0,6%. No segundo trimestre deste ano, o IBC-Br avan�ou 0,89%, enquanto o PIB cresceu bem mais: 1,5%. J� no terceiro trimestre deste ano, o indicador do BC teve retra��o de 0,11%, mas o PIB caiu mais: 0,5%.
Em dezembro do ano passado, o diretor de Pol�tica Econ�mica do BC, Carlos Hamilton, disse que o IBC-Br n�o seria uma medida de PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador �til" para o BC e para o setor privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca � que seria surpreendente", afirmou ele na ocasi�o.
Desempenho da economia
O fraco desempenho da economia registrado em 2012, e uma recupera��o menor do que o esperada neste ano, est� relacionado, segundo economistas, com a economia mundial, que, apesar da melhora nos �ltimos meses, ainda se ressente da crise financeira, al�m da baixa confian�a do empresariado, do alto n�vel de endividamento das fam�lias e do crescimento menor do emprego formal.
O atual cen�rio acontece apesar de v�rias medidas anunciadas pelo governo no decorrer do ano passado, como a redu��o do IPI para linha branca e autom�veis, do aumento do d�lar e da redu��o em mais de R$ 100 bilh�es dos chamados dep�sitos compuls�rios. O governo tamb�m reduziu, no ano passado, o IOF para empr�stimos tomados pelas pessoas f�sicas e deu prosseguimento � desonera��o da folha de pagamentos, entre outras medidas.
Defini��o dos juros
O IBC-Br � uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa b�sica de juros do pa�s. Com crescimento menor da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos press�es inflacion�rias. Atualmente, entretanto, os juros b�sicos est�o em 10% ao ano ap�s seis eleva��es em 2013.
Pelo sistema de metas de infla��o, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pr�-estabelecidas. Para 2013, 2014 e 2015, a meta central de infla��o � de 4,5%, com um intervalo de toler�ncia de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
A expectativa do mercado financeiro � de que os juros continuem subindo no come�o do ano que vem e que atinjam 10,25% ao ano em janeiro. Segundo analistas, a pol�tica de gastos p�blicos em alta, com um corte menor de gastos neste ano no or�amento por parte do governo federal, al�m da alta do d�lar em 2013 e do aumento da gasolina, contribuem para pressionar a infla��o.
Por Alexandro Martello - G1