Afetada pela crise externa e a consequente dificuldade em exportar seus produtos e a redu��o dos investimentos diante do cen�rio turbulento, a ind�stria brasileira fechou o ano de 2012 com queda de produ��o de 2,7%, a maior retra��o desde 2009, quando recuou 7,4%. Em 2011, o setor havia registrado expans�o de 0,3%.
Em 2009, o pa�s ainda vivia sob os efeitos da crise global detonada em 2008 com os problemas das hipotecas nos EUA e a quebra de institui��es financeiras. Em 2010, a economia se recuperou na esteira de medidas de expans�o de cr�dito e desonera��es tribut�rias, o que fez a ind�stria crescer 10,5%.
A ind�stria teve um fraco desempenho no ano passado apesar das medidas de est�mulo do governo, como desonera��o de IPI para ve�culos e m�quinas e equipamento e da folha de pagamento para ramos como cal�ados e vestu�rio.
Para Andr� Macedo, t�cnico do IBGE, a ind�stria teve um "perfil bastante disseminado de queda, com todas as categorias e a maioria dos setores" em retra��o.
Entre os fatores que puxaram a ind�stria para baixo, o economista citou o maior comprometimento da renda das fam�lias inclusive para o pagamento de d�vidas, a inadimpl�ncia alta, a entrada de produtos importados (muitos vindos com baixos pre�os de pa�ses europeus em crise) e a confian�a menor de empres�rios.
Segundo Macedo, os estoques elevados tamb�m inibiram a produ��o, mas tal fator se mostrou mais presente no primeiro semestre.
Em 2012, caiu a produ��o de todas as categorias. Tiveram resultados negativos bens de consumo dur�veis (ve�culos, m�veis e eletrodom�sticos), com -3,4%, bens intermedi�rios (mat�rias-primas e insumos para a produ��o de bens de consumo final), queda de 1,7%, e bens de capital (m�quinas e equipamentos), retra��o de 11,8%. Este �ltimo, que sofre a contra��o mais intensa, sinaliza o ritmo dos investimentos na economia.
A queda menos intensa foi de semi e n�o dur�veis (-0,3%), categoria que inclui roupas, alimentos, farmac�uticos e outros e � mais dependente da renda (que cresceu 4,1% em 2012) e do consumo interno.
No ano passado, os setores com melhores desempenhos foram refino de petr�leo e �lcool (4,1%), outros produtos qu�micos (3,4%) e outros equipamentos de transporte (8,5%).
J� os piores resultados ficaram com ve�culos automotores (-13,5%), material el�trico e equipamento de comunica��o (-13,5%), m�quinas e equipamentos (-3,6%), alimentos (-2,1%) e m�quinas e equipamentos de inform�tica (-13,5%). De todos os setores pesquisados, 17 tiveram queda e apenas dez registraram crescimento no ano.
DEZEMBRO
Em dezembro, a produ��o industrial ficou est�vel na compara��o livre de influ�ncias sazonais com novembro. Em rela��o a dezembro de 2011, a queda foi de 3,6%.
Os ramos com as altas mais expressivas foram as ind�strias extrativas (2,8%), farmac�utica (3,7%), outros equipamentos de transporte (4,2%).
Por seu turno, as quedas de maior peso ficaram com m�quinas e equipamentos de inform�tica (-13,1%), m�quinas e equipamentos (-4,5%) e ve�culos (-1%).
Por Pedro Soares - Folha de S.Paulo