Retomada do IPI de automóveis não será integral, diz Mantega

Expectativa era que a partir de janeiro IPI voltasse aos percentuais originais. Decis�o indica preocupa��o com importante setor no pr�ximo ano.

 

A redu��o da al�quota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre autom�veis ter� de ser revista em janeiro, mas a retomada do imposto n�o ser� total, afirmou nesta quinta-feira (6) o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Teremos que rever em janeiro o IPI dos autom�veis, mas a recomposi��o do imposto certamente n�o ser� total", afirmou o ministro a jornalistas ap�s evento do JPMorgan em S�o Paulo.

Ap�s promover forte redu��o no IPI para ve�culos automotivos com o objetivo de estimular a economia atr�ves do consumo, o governo decidiu a partir deste ano elevar gradualmente a al�quota do tributo diante da dificuldade de arrecada��o de receita.

Havia expectativa de que a partir de janeiro o IPI voltasse aos percentuais originais, mas Mantega descartou essa possibilidade, dizendo que isso traria grande impacto ao setor automotivo.

A decis�o indica preocupa��o com um setor importante da economia no pr�ximo ano, mas Mantega acredita que em 2014 a atividade econ�mica, de maneira geral, ter� um desempenho superior a 2013, mesmo diante das turbul�ncias pela redu��o do est�mulos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos.

O Fed vem injetando mensalmente 85 bilh�es de d�lares na economia norte-americana, com um programa de compra de t�tulos de d�vida.

 "A redu��o (dos est�mulos dos EUA) acontecer� apenas ano que vem. N�o acredito que aconte�a esse ano ainda", disse Mantega, acrescentando que o mercado j� precificou o corte no est�mulo e que qualquer turbul�ncia adicional ser� pontual no momento em que ocorrer a decis�o.

Por isso, Mantega acredita que o mais importante � a recupera��o da maior economia do mundo, que contribuir� para elevar o desempenho da atividade brasileira.

A produ��o de autom�veis, comerciais leves, caminh�es e �nibus no Brasil bateu recorde hist�rico em 2013, mesmo ainda faltando um m�s para o ano terminar. De janeiro a novembro foram fabricados 3,5 milh�es de ve�culos, superando a marca de 2011, de 3,4 milh�es, segundo a Associa��o Nacional das Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea)

"O crescimento deste ano (do Brasil) n�o � o que gostar�amos, mas � o poss�vel", disse o ministro. Ele acrescentou que se a economia internacional melhorar no pr�ximo ano, o Brasil ter� um crescimento mais robusto.

A economia brasileira teve no terceiro trimestre contra��o de 0,5 por cento sobre o segundo trimestre, colocando em d�vida a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) expandir 2,5 por cento neste ano.

Um dos fatores que vai contribuir para o melhor desempenho da economia, segundo Mantega, � o c�mbio mais favor�vel.

"As empresas brasileiras poder�o desfrutar de um c�mbio mais favor�vel no ano que vem", disse o ministro da Fazenda, referindo-se �s exporta��es.

O presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, anunciou nesta quinta-feira que estender� o programa de interven��es di�rias no c�mbio, que vem ajudando a arrefecer a press�o de alta do d�lar. Ainda assim, a moeda norte-americana acumula valoriza��o de cerca de 15% at� agora neste ano sobre o real.

Tesouro
Mantega negou que exista uma crise no Tesouro Nacional, em resposta �s reportagens publicadas pelo O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo nesta quinta-feira. Segundo ambos os jornais, t�cnicos do Tesouro estariam insatisfeitos com as indefini��es sobre a �rea fiscal.

Mantega disse que � uma "grande bobagem" dizer que a atua��o do secret�rio do Tesouro, Arno Augustin, contribui para aumentar as taxas de juros da d�vida p�blica, como mencionado no O Estado de S. Paulo.

Para o ministro, as taxas de juros dos t�tulos brasileiros aumentaram por causa do aumento da taxa b�sica Selic, que saiu da m�nima hist�rica de 7,25% em abril e agora est� em 10 % ao ano. Mantega frisou que o secret�rio do Tesouro cumpre sua miss�o na �rea de d�vida.

Por G1