O setor automotivo quer agora medidas para baratear custos ao longo da cadeia de produ��o
Com a redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros garantida at� o fim do ano, o setor automotivo quer agora medidas para baratear custos ao longo da cadeia de produ��o. Representantes do segmento ouvidos pelo Valor avaliam que, apesar de importante, a redu��o do tributo pode n�o ser suficiente para recuperar o mercado automotivo e que novas desonera��es na ponta n�o bastam.
"O que temos hoje � um problema de mercado, de falta de financiamento para o setor, que est� travado. Precisamos de um programa mais profundo, focado em redu��o de custos", disse um empres�rio.
Entre as propostas que dever�o ser discutidas com o governo nos pr�ximos meses est� a cria��o de linhas de financiamento para moderniza��o de f�bricas de autope�as e a formata��o de pol�ticas de est�mulo � produ��o nacional de itens hoje importados, principalmente componentes eletr�nicos.
O setor tamb�m defende novas desonera��es sobre insumos, al�quotas de importa��o menores para mat�rias-primas e maior rapidez na devolu��o de tributos.
No governo, por�m, h� pouco espa�o para novos est�mulos, principalmente os que envolvem ren�ncia de arrecada��o. O entendimento � que o segmento j� foi contemplado com medidas como a redu��o do IPI e a renova��o do Programa de Sustenta��o do Investimento (PSI) e que a extens�o do Inovar-Auto at� 2017 j� beneficia o segmento de autope�as. Al�m disso, n�o h� espa�o fiscal para novas desonera��es. "Estamos sempre discutindo todo um menu de propostas, mas isso n�o quer dizer que elas ser�o adotadas", disse um representante da �rea econ�mica.
A pauta de redu��o de custos dever� ser apresentada paralelamente � outra considerada essencial no momento: a melhoria do cr�dito para o setor. Governo e empres�rios concordam que a falta de cr�dito � um impasse � retomada das vendas, mas ainda n�o conseguiram chegar a um consenso.
Para o empresariado, a inadimpl�ncia crescente e o alto custo para retomada dos carros fez com que os bancos pisassem no freio do cr�dito. J� o governo avalia que as institui��es financeiras est�o sendo muito conservadoras e poderiam desembolsar mais.
O governo admite que h� um entrave no cr�dito para o setor e chegou a estudar algumas medidas, como a cria��o de um fundo com recursos dos dep�sitos compuls�rios para comprar carteira de cr�dito dos bancos das montadoras. No momento, a medida est� na gaveta porque na �rea econ�mica entendeu que n�o teria um impacto significativo e que ia em dire��o contr�ria � pol�tica de aperto monet�rio adotada pelo Banco Central. "Novas medidas est�o em estudo, mas n�o tem nada decidido", completou o t�cnico.
A expectativa da �rea econ�mica � de que as vendas de autom�veis apresentem melhor desempenho no segundo semestre. Na vis�o do governo, o primeiro semestre ruim para os carros foi resultado de quest�es pontuais, como a descontinua��o da produ��o de ve�culos, o n�mero menor de dias �teis e o deslocamento de f�rias. Al�m disso, os resultados de setores como �nibus, caminh�es e m�quinas agr�colas foi positivo.
Al�m de ter superado essas quest�es, a normaliza��o das rela��es com a Argentina tamb�m dever� contribuir para a melhoria nos pr�ximos meses. No m�s passado, o governo reativou o acordo automotivo que prev� que o Brasil poder� vender com isen��o de impostos, no m�ximo US$ 1,5, para cada US$ 1 importado do pa�s vizinho.
Tamb�m em junho, diante do cen�rio ruim, o governo decidiu prorrogar a redu��o do IPI para autom�veis at� dezembro. Sem a prorroga��o, al�quota para carros 1.0, por exemplo, teria subido de 3% para 7% no in�cio deste m�s. Com a medida o governo vai abrir m�o de R$ 800 milh�es no segundo semestre, R$ 1,6 bilh�o no ano todo. A avalia��o da �rea econ�mica � de que o importante, no momento, era manter o IPI reduzido para n�o prejudicar ainda mais o setor.
Por Valor Econ�mico
Fonte: For�a Sindical