Impulsionado por cifras cada vez mais robustas arrecadadas junto aos trabalhadores e patr�es, o movimento sindical brasileiro passa por acelerada transforma��o.
Nos �ltimos quatro anos, o n�mero de sindicatos credenciados no Minist�rio do Trabalho e Emprego cresceu 54%, processo que foi acompanhado por um aumento das entidades associadas �s centrais e por uma redistribui��o de for�as partid�rias no movimento sindical.
Grupos ligados ao PC do B, PSD, PSTU e PSOL s�o os que mais ganharam espa�o e representatividade entre os trabalhadores de 2008 a 2012.
A CUT (Central �nica dos Trabalhadores), aliada hist�rica do PT, e a For�a Sindical, comandada por sindicalistas ligados ao PDT, continuam como as maiores centrais: representam mais de um ter�o de 9.700 entidades.
Juntas, as duas centrais abocanharam no ano passado 60% dos R$ 141,4 milh�es da contribui��o sindical.
No entanto, n�meros do minist�rio mostram que quem mais cresceu proporcionalmente, nos �ltimos quatro anos, foram a CSP-Conlutas (Coordena��o Nacional de Lutas), ligada ao PSTU e ao PSOL; a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), presidida por um
filiado ao PCdoB, e a UGT (Uni�o Geral dos Trabalhadores), comandada por um integrante do PSD.
A CTB pulou de 144 sindicatos, em 2008, para 565 ano passado, o que lhe garantiu um aumento de cerca de 170% dos recursos repassados via contribui��o sindical nesse per�odo. A entidade recebeu R$ 8,9 milh�es em 2012. Dois dos principais sindicatos em sua base s�o o dos metrovi�rios de S�o Paulo e metal�rgicos de Betim (MG).
MAIS AO CENTRO
A UGT n�o apoiou formalmente a elei��o de Dilma Rousseff em 2010, mas foi chamada pela presidente para uma audi�ncia individual este ano, algo raro.
Dilma tem interesse em agregar o PSD, partido fundado por Kassab, � sua base aliada, para garantir seu apoio no pr�ximo pleito.
A central passou de 376 sindicatos em 2008 para 1.046 no ano passado, tendo crescido principalmente entre os comerci�rios de S�o Paulo e do Nordeste.
Para expandir sua base, a UGT mira categorias e sindicatos mais ligados ao setor de servi�os, enquanto as principais centrais, CUT e For�a Sindical, lideram a representa��o entre sindicatos como metal�rgicos e banc�rios.
O forte consumo interno, catapultado pelo Bolsa Fam�lia e pelo aumento da renda dos trabalhadores, aumenta o poder de barganha de categorias como a dos comerci�rios, diz o cientista pol�tico Rud� Ricci.
Sindicalistas da For�a Sindical ligados aos comerci�rios tamb�m buscam aumentar sua representatividade nas entidades em que atuam.
RADICAL
�nica opositora declarada do governo federal, a CSP-Conlutas aumentou em mais de 550% o n�mero de entidades associadas, mas continua sem direito a receber a contribui��o sindical, por n�o atingir o �ndice m�nimo de representatividade necess�rio.
A central adotou uma estrat�gia de disputas mais acirradas -e at� conflitos diretos -nas rela��es trabalhistas. � respons�vel pelas paralisa��es em obras de infraestrutura, como na Usina Hidrel�trica de Belo Monte (PA), e na f�brica da GM (General Motors) em S�o Jos� dos Campos.
Criada no governo Vargas, a contribui��o sindical equivale a um dia de sal�rio, descontado de todos os trabalhadores com carteira assinada (filiados ou n�o a sindicatos); 10% s�o passados �s centrais.Neste ano, o governo estima que o montante a ser partilhado entre as centrais ser� 10% maior do que em 2012.
Neste ano, CUT, For�a Sindical, UGT, CTB e a Nova Central Sindical (NCST) s�o as centrais que, por atingir o um �ndice de representatividade, t�m direito a receber os recursos da contribui��o e a disputar cadeiras em assentos de conselhos -como o do FGTS e o do FAT, por exemplo- para participar de negocia��es.
Por Fernanda Odilla e Claudia Rolli - Folha de S.Paulo