Trabalhador fica menos tempo na fila do emprego

O supervisor comercial Edilson Banzai, 42, ficou menos de dez dias procurando emprego ap�s se demitir.

A assistente financeira Amanda Zani, 29, conseguiu vaga em 15 dias, depois de mais de um ano parada para cuidar do filho pequeno.

Tanto Banzai quanto Amanda retratam uma tend�ncia do mercado de trabalho: a queda no tempo de procura por trabalho.

Em 2003, o brasileiro ficava, em m�dia, 17,8 semanas desocupado. O n�mero de semanas em busca de uma nova coloca��o caiu para 12,4 em 2012, com decl�nio constante, mostram dados do IBGE obtidos pela Folha.

O gerente da Pesquisa Mensal de Emprego, Cimar Azeredo Pereira, diz que a procura mais breve est� relacionada � maior rotatividade, num per�odo em que a oferta de vagas e a renda cresceram.

Trabalhadores insatisfeitos t�m mais confian�a para buscar novas oportunidades. Foi o que aconteceu com Banzai. Ap�s 12 anos na mesma empresa, decidiu sair. "Meu ciclo tinha terminado e eles souberam entender."

O supervisor comercial conta que n�o teve medo de ficar desempregado. "Sempre me relacionei muito bem com clientes e concorrentes. Eles me falavam que, se um dia eu sa�sse de onde estava, tinha que procur�-los."

O apoio da mulher, que trabalha, e o fato de n�o ter filhos ajudaram na decis�o. Hoje, ele atua em uma importadora de acess�rios para instrumentos musicais.
menor contingente

A redu��o da espera pelo emprego reflete tamb�m a queda do pr�prio contingente de desempregados.

"H� mais gente ocupada, menos pessoas dispon�veis para ocupar novas vagas. Desse modo, quem procura emprego o encontra mais rapidamente", afirma o especialista do IBGE.

A assistente financeira Amanda cadastrou o curr�culo em um site de sele��o no in�cio do ano. "Pesquisei as vagas e vi que tinha bastante op��o, mas achava que ia demorar para me empregar. Fiquei surpresa com a rapidez. Achei que poderia ter problemas por ter filho pequeno, mas isso n�o aconteceu."

Para ela, a experi�ncia em multinacionais facilitou a recoloca��o, mas a remunera��o foi um ponto negativo. "H� muitas vagas, mas a maioria tem sal�rios baixos."

Roberto Picino, diretor-executivo da empresa de recrutamento Page Personnel, diz que h� mais oportunidades para profissionais de n�vel j�nior que para cargos de chefia. Segundo o especialista, h� atualmente �reas com forte car�ncia de trabalhadores, como tecnologia, contabilidade com conhecimento em ingl�s, engenharia civil e planejamento financeiro.

Por Pedro Soares e Mariana Sallowicz - Folha de S.Paulo