Trabalhador negro ganha 36% menos que o não negro, diz estudo do Dieese

Pesquisa mostra disparidade salarial independente da forma��o. Dieese sugere cria��o de cotas para negros nas empresas.

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) mostra que um trabalhador negro recebe em m�dia um sal�rio 36,1% menor que o de um n�o negro, independentemente de sua forma��o acad�mica. Segundo o estudo, a diferen�a salarial e de oportunidades de trabalho s�o ainda maiores nos cargos de chefia.

A pesquisa �Os negros nos mercados de trabalho metropolitanos� destaca que a desvantagem registrada entre a remuneração de negros e não negros é pouco influenciada pela região analisada, horas trabalhadas ou setor de atividade da economia.

�Em qualquer perspectiva, os negros ganham menos do que os brancos�, avalia a  economista Lucia Garcia, coordenadora de pesquisa sobre emprego e desemprego do Dieese, em entrevista � Globo News. �O que observamos � que a progress�o na educa��o melhora a educa��o da popula��o negra, mas n�o extingue a desigualdade. Encontramos mais desigualdades no ensino superior completo.�

A pesquisadora mostra que nas áreas metropolitanas, os negros correspondem a 48,2% dos ocupados, mas, em média, recebem por seu trabalho 63,9% do que recebem os não negros. Entre os trabalhadores com n�vel superior completo, a m�dia de rendimentos por hora � de R$ 17,39 entre os negros, e de R$ 29,03 entre os n�o negros.

�O trabalhador negro encontra dificuldades ao longo de toda a sua vida profissional�, avalia a pesquisadora. �Desde o momento de conseguir um emprego at� nas oportunidades para progredir na carreira.� Segundo a pesquisa do Dieese, na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, enquanto 18,1% dos trabalhadores n�o negros alcan�am cargos de dire��o, apenas 3,7% dos negros atingem esta fun��o de chefia.

O Dieese diz que as pol�ticas de a��o afirmativa como as cotas raciais nas universidades ajudam a dar mais oportunidades de trabalho e estudos para a popula��o negra, mas ser� necess�rio a cria��o de cotas nas empresas para que este p�blico seja efetivamente atendido.

Por G1