Decidir como resgatar o dinheiro da previd�ncia privada � uma das principais d�vidas de quem est� perto de receber o benef�cio.
� preciso definir, sem possibilidade de troca depois que os recursos come�arem a ser pagos, se vale mais a pena resgatar de uma s� vez ou optar por uma renda vital�cia.
Na primeira hip�tese, o investidor saca o valor resultante dos anos de contribui��o acrescido da rentabilidade no per�odo, com o desconto de Imposto de Renda.
O imposto varia conforme o tempo do investimento, e o tipo de tributa��o escolhido e pode "comer" boa parte do bolo acumulado.
Na renda vital�cia, o benefici�rio recebe um valor fixo por m�s, determinado conforme o plano. Em caso de morte, a renda pode ser transferida para o c�njuge desde que isso esteja previsto em contrato, e pode haver desconto.
"O dinheiro deixa de ser seu e se torna um pr�mio pago pela seguradora. � como se voc� transferisse o risco de viver muito para a seguradora", diz a planejadora financeira e colunista da Folha Marcia Dessen.
A escolha da forma de receber os recursos vai depender dos projetos do investidor para aquele dinheiro -por exemplo, se vai ser investido em um neg�cio ou usado como "sal�rio" na fase de aposentadoria- e da habilidade do benefici�rio em fazer o dinheiro render, diz o planejador financeiro Valter Police.
"� preciso considerar se o investidor ir� conseguir, aplicando o valor resgatado de uma s� vez, o mesmo rendimento mensal que teria com a renda vital�cia", afirma.
Police destaca que, no cen�rio atual de juros baixos, � dif�cil obter altos rendimentos na renda fixa com pouco risco. "A poupan�a nova, por exemplo, est� perdendo para a infla��o", acrescenta.
Segundo o especialista, mesmo o investimento em im�veis para alugar, "sonho de garantia de renda" de muitos aposentados, � uma op��o de maior risco hoje do que no passado.

"O pre�o do im�vel para compra est� alto, ent�o a margem de ganho do investidor diminui. Al�m disso, como o aluguel tamb�m est� alto, � preciso considerar que o im�vel poder� ficar vago por um tempo maior que o idealizado", acrescenta.
Os planos de previd�ncia privada aberta -PGBL (Plano Gerador de Benef�cio Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benef�cio Livre)- t�m pouco mais de dez anos de funcionamento, ressalta Marcia Dessen. Por isso, acrescenta a especialista, ainda s�o poucos os casos de resgate.
"Ainda n�o h� um hist�rico de comportamento do investidor", afirma.
renda tempor�ria
Algumas seguradoras oferecem outra forma de pagamento, que � a renda tempor�ria. O investidor contrata o recebimento de um valor mensal por um n�mero determinado de anos -e n�o de forma vital�cia.
A vantagem � que, como h� uma previs�o de t�rmino do pagamento, com menos risco para a seguradora, a quantia paga por m�s tende a ser maior que a renda vital�cia. "Pode ser vantajoso para quem tem idade avan�ada ou um problema de sa�de", diz Sandro Bonfim, da seguradora Brasilprev.
Por Danielle Brant - Folha de S.Paulo