Na busca de atender a "voz das ruas" e reduzir o desgaste provocado pelas manifesta��es na imagem do governo e do pa�s, a presidente Dilma re�ne hoje governadores e prefeitos de capitais para tentar fechar um pacote de medidas nas �reas da sa�de, educa��o, mobilidade urbana e transpar�ncia p�blica.
Al�m das medidas, o governo tamb�m passou a avaliar a possibilidade de fazer uma reforma ministerial durante o recesso do Congresso, no m�s de julho.
Segundo a Folha apurou, a ordem da presidente � sua equipe � fechar medidas concretas j� na reuni�o de hoje e nos pr�ximos dias. A avalia��o do Planalto � que, se os agentes p�blicos ficarem s� no discurso, as manifesta��es v�o continuar pa�s afora.
A pressa do Pal�cio do Planalto est� relacionada ainda a pesquisas reservadas feitas por partidos aliados que j� registram novas quedas na aprova��o do governo Dilma Rousseff. O �ltimo levantamento do Datafolha mostrou recuo de oito pontos na popularidade da presidente.
O governo vai anunciar aos governadores e prefeitos a cria��o de mais 2.000 vagas para m�dicos residentes e um plano de constru��o de hospitais e compra de equipamentos hospitalares no pa�s. As novas vagas para resid�ncia ter�o an�ncio oficial amanh�. O Minist�rio da Sa�de tamb�m vai lan�ar o programa Mais M�dicos Brasil, para trazer profissionais formados no exterior.
Na reuni�o, Dilma tamb�m refor�ar� a inten��o de tirar do papel as obras do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que deveriam estar a todo vapor para a Copa do Mundo, mas n�o decolaram.
Defender� ainda a cria��o de um Plano Nacional de Governo Transparente, ampliando o alcance da Lei de Acesso � Informa��o.
Pedir� tamb�m o apoio de governadores e prefeitos para aprova��o de projeto no Congresso que destina todos os royalties do petr�leo do pr�-sal para a educa��o.
O governo vai discutir o tema da seguran�a na reuni�o. Quer definir um plano de combate � viol�ncia no pa�s e acertar com os participantes formas de coibir as arrua�as.
reforma
A presidente tem sido aconselhada pelo ex-presidente Lula a fazer mudan�as em seu governo, buscando refor�ar a credibilidade na �rea econ�mica e retomar a interlocu��o com empresariado, lideran�as pol�ticas e de movimentos sociais.
Segundo petistas, a conversa de Lula com Dilma foi na linha de que "n�s precisamos reagir, caso contr�rio corremos o risco de perder a elei��o no pr�ximo ano".
Assessores presidenciais reconhecem este como o pior momento da chefe, mas dizem que � preciso ter sangue frio, abrir um canal de di�logo com os l�deres das manifesta��es e confiar que a economia, nos pr�ximos meses, come�ar� a registrar n�meros positivos.
Dilma passou todo o domingo reunida com sua equipe para preparar a reuni�o de hoje. Na sa�de, por exemplo, sua avalia��o � que o governo precisa n�o s� aumentar o n�mero de m�dicos no pa�s com a libera��o da entrada de profissionais estrangeiros, mas tamb�m estimular a abertura de novas vagas para os brasileiros.
Al�m disso, diz que os manifestantes querem tamb�m mais hospitais e unidades hospitalares bem equipadas, o que ser� um dos temas centrais do encontro de hoje, que acontecer� � tarde no Pal�cio do Planalto.
Por Valdo Cruz - Folha de S.Paulo
2024 - Outubro
